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Economia

Prefeitura emperra conselho e Capital perde investimentos e empregos

Lidiane Kober | 09/02/2014 08:25
Cidade deixa de receber investimentos e perde em geração de empregos (Foto: Divulgação)
Cidade deixa de receber investimentos e perde em geração de empregos (Foto: Divulgação)

A Prefeitura de Campo Grande é acusada de emperrar os trabalhos do Codecon (Conselho Municipal de Desenvolvimento Econômico) e revolta a classe empresarial. Investidores afirmam que projetos de concessão de benefícios estão “mofando” na Sedesc (Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, Turismo e Agronegócio) e a cidade perde em geração de emprego e renda.

Integrante do Condecon, o presidente do Sindicato dos Empregados no Comércio de Campo Grande, Idelmar da Mota Lima, informou que, desde o início da gestão do prefeito Alcides Bernal (PP), o conselho realizou apenas uma reunião. “Antes, os encontros ocorriam uma ou duas vezes por mês e, em cada reunião, em média, 10 processos de concessão de benefícios eram aprovados”, contou.

Ele não compreende os motivos do “esquecimento” do Codecon. “Infelizmente, hoje não sabemos se há interesse da prefeitura em manter o conselho, porque, até agora, nos procuram apenas uma vez”, comentou.

Segundo Mota, lei municipal obriga a administração em manter a entidade aberta para validar todas as concessões de benefícios para a instalação de empresas em Campo Grande. “Nós não podemos fazer nada, mas a Câmara Municipal pode cobrar o cumprimento da lei”, frisou.

Com doação de terreno no Indubrasil, aprovada no final de 2012, o empresário Luciano Zeni aguarda mais de um ano a liberação de documento para abrir as portas de indústria de tratamento de madeira. “Pelo menos cinco vezes fui à Sedesc buscar saber com a secretária (Dharleng Campos de Oliveira) o que estava emperrando a liberação da escritura, mas ela nunca me recebeu”, afirmou.

Ele investiu R$ 500 mil na empresa e abrirá pelo menos 20 vagas de emprego quando começar a operar. “É inexplicável a atitude da secretária, só pode ter algo errado para deixar os processos mofando desse jeito”, comentou Zeni. “É muita frustração”, emendou.

O presidente do Sindicato dos Empregados no Comércio também manifestou indignação e inconformismo com a situação “De alguma forma, todo mundo está perdendo: a prefeitura deixa de arrecadar, os empresários também e a população perde chances de emprego”, enfatizou. “Só tenho a lamentar”, finalizou.

No comando da Sedesc de 2009 a março de 2012, o vereador Edil Albuquerque (PMDB) assegurou que, em sua gestão, pelo menos 80 processos de concessão de benefícios eram aprovados anualmente. “Desde que estou na Câmara (janeiro de 2013), nenhum projeto foi validado pela prefeitura. Sei disso porque a administração é obrigada por lei a encaminhar todos os processos para a Casa tomar conhecimento”, explicou.

O outro lado – Procurada pela reportagem, a titular da Sedesc informou, por meio da assessoria de imprensa, que “os processos encaminhados para a Sedesc estão dentro do prazo e cumprindo os tramites legais”. Essa foi a resposta para cinco perguntas encaminhadas pelo Campo Grande News.

Em outubro do ano passado, em entrevista coletiva, Dharleng garantiu que o Codecon trabalha em “pleno vapor” e aprovou a instalação de 18 empreendimentos na Capital, que devem gerar 1,8 mil empregos diretos. Os investimentos somariam R$ 207 milhões. As empresas, de acordo com a secretária, são do setor hoteleiro, de vestuário, alimentício e de prestação de serviços na saúde, que envolvem ampliação de hospitais.

“O conselho sempre esteve funcionando. O que não queremos é que benefícios fiscais do Prodes (Programa de Incentivos para o Desenvolvimento Econômico e Social) sejam concedidos a empresas que depois desistam de investir no município, como ocorreu no passado”, comentou na época.

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