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Economia

Puxada pelos alimentos, inflação na Capital fica acima da meta

Fernanda França | 06/01/2011 09:21

Grupo "Habitação" também foi um dos vilões em 2010

Carne foi um dos itens da alimentação que simbolizou alta da inflação no ano que passou.
Carne foi um dos itens da alimentação que simbolizou alta da inflação no ano que passou.

Puxada pelos alimentos, inflação na Capital supera últimos sete anos

Puxada principalmente pelos alimentos, a inflação fechou o ano acumulada em 6,32%, superando a meta estabelecida pelo CMN (Conselho Monetário Nacional), que era de 4,5%.

O índice é maior do que o registrado nos últimos sete anos, de acordo com o coordenador do Nepes (Núcleo de Estudos e Pesquisas Econômicas e Sociais), Celso Correia de Souza, da Universidade Anhanguera-Uniderp. Ele é responsável pela pesquisa do IPC/CG (Índice de Preços ao Consumidor de Campo Grande).

“Em 2003, a inflação acumulada na Capital chegou a 11,82%”, comparou.

O aumento dos preços da carne bovina em 2010 foi um dos principais vilões da inflação, mas o grupo Alimentação, de uma forma geral, contribuiu com o crescimento do índice, assim como o grupo Habitação. Conforme a pesquisa, em dezembro, o IPC registrou alta moderada em relação a novembro, chegando a 0,52%.

Somente no fim do ano é que os preços da carne deram uma estabilizada na Capital.

“Os aumentos seguidos da carne bovina, finalmente, apresentaram tendência de estabilidade de preços, com alguns cortes já apresentando quedas nos preços”, explicou o coordenador do Nepes.

Dos sete grupos que compõem o IPC/CG, todos apresentaram inflação. O grupo da Habitação subiu 0,82%, o de Alimentação 0,59%, Vestuário 0,48%, Saúde, 0,32%, Transportes 0,29%, Despesas Pessoais 0,22% e Educação 0,04%.

O grupo Habitação foi o que mais contribuiu para a elevação da inflação em dezembro, sendo os principais aumentos registrados nos preços do refrigerador (3,31%), do freezer (3,18%) e da máquina de lavar roupa (2,47%).

“O grupo Alimentação vinha puxando a inflação para cima, por conta das altas de preços da carne bovina. Em dezembro, esses preços começaram a se estabilizar e já não afetam de forma marcante a inflação, como nos meses anteriores. A tendência é que o índice desse grupo volte ao seu ritmo normal, cuja característica é refletir as variações de preços de produtos de acordo com a sua sazonalidade”, complementou o pesquisador.

Os produtos com as maiores altas de preços foram: maracujá, com 19,76%; pão para cachorro quente, com 17,66%; filé mignon, com 12,64%, e fígado, com 12,16%.

A pesquisa indicou que no grupo Transportes houve uma pequena alta ocasionada pelo reajuste de preço do etanol (2,81%) e dos automóveis novos (0,99%).

Já no grupo de Despesas Pessoais, a pequena inflação ocorreu devido a aumentos nos seguintes produtos: hidratante (3,92%), protetor solar (1,34%) e fio dental (1,29%).

No grupo Saúde, se destacaram com reajustes os seguintes itens: material para curativo, com aumento de 2,26%; antidiabético, com 1,98%, e vitaminas e fortificantes, com 1,47%.

Em dezembro, o grupo Vestuário registrou altas nos seguintes produtos: camisa masculina (3,33%), lingerie (2,79%) e sapato feminino (1,76%).

“Podemos dizer que o grupo Educação apresentou estabilidade em seu índice no mês de dezembro. O reajuste de 0,04% ocorreu devido, principalmente, a aumentos nos preços de artigos de papelaria”, pontuou.

Índices

De acordo com o pesquisador José Francisco dos Reis Neto, do Nepes, a alimentação foi o item que mais apresentou alta em 2010, chegando a 13,78%.

“Em seguida aparece o grupo Educação, com aumento de 6,25%, Saúde, com 6,03% e Vestuário, com 5,94%. Todos com índices próximos ou acima da inflação acumulada no período, que foi de 6,32%”, ressaltou.

De acordo com o pesquisador, apenas os grupos Despesas Pessoais, Habitação e Transportes registraram índices abaixo da meta do CMN: 3,48%, 3,09% e 2,41%, respectivamente.

Ranking- Na composição do IPC, alguns produtos se destacam influenciando para mais ou para menos o índice do mês.

Os dez produtos que mais contribuíram para a elevação da inflação em dezembro foram: etanol, costela, açúcar, pão francês, automóvel novo, tomate, óleo de soja, maracujá, alface e fígado.

Os dez produtos que contribuíram para frear a inflação em dezembro foram: batata, feijão, gasolina, televisor, calça comprida feminina, patinho, aparelho de som, uva, short, bermuda masculina e arroz.

O IPC/CG pesquisa mais de 2,7 mil preços, semanalmente, cujo resultado final se resume em indicadores que refletem a mudança nos preços nos grupos Habitação, Alimentação, Transportes, Despesas Pessoais, Saúde, Vestuário e Educação.

A base para a construção do índice é a POF (Pesquisa de Orçamento Familiar), que se baseia em um estudo detalhado do consumo das famílias de Campo Grande com rendimento de 1 a 40 salários mínimos, com o objetivo de estabelecer a estrutura do consumo por tipos de produtos e serviços.

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