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Economia

Salário mínimo terá incremento de R$ 66, mas população não vê ganhos

Mariana Rodrigues | 17/04/2015 17:05
Apesar do aumento, consumidores não devem sentir na prática. (Foto: Alcides Neto/Arquivo)
Apesar do aumento, consumidores não devem sentir na prática. (Foto: Alcides Neto/Arquivo)

O Governo Federal anunciou nesta semana, que para o próximo ano projeta aumento de 8,37% para o salário mínimo, saindo dos atuais R$ 788, para R$ 854. Economistas estimam que tal reajuste vai impactar principalmente no consumo ou no volume de dinheiro em circulação, entre os trabalhadores que recebem com base no mínimo. Porém, diante da atual carga tributária a população não consegue ver benefícios no aumento.

Ana Paula Toleti, 43 anos, auxiliar administrativo, argumenta que não há o que comemorar. "As coisas estão muitos caras, a gasolina já subiu várias vezes, a luz já passou por vários reajustes e ainda pode subir mais. E só R$ 60 é muito pouco, o salário mínimo deveria ser de R$ 1.500 para o trabalhador viver razoavelmente. Não dá para comemorar um aumento como esse sendo que as coisas estão tão caras", disse.

Segundo o economista Tiago Queiroz de Oliveira, a inflação dos alimentos impacta mais sobre o trabalhador, assim como o combustível e a energia, que tem peso relevante nas contas mensais. "Considerando aumentos de itens essenciais da cesta básica das família e o aumento do preço da carne, o reajuste não dá condições efetivas para um aumento real da renda do trabalhador".

Os trabalhadores campo-grandenses alegam que o incremento de R$ 66 no salário mínimo é pouco quando comparado as contas mensais. "Sobe tudo, esse valor é muito pouco e não vai fazer muita diferença, se você parar para fazer as contas, o trabalhador acaba não tendo lucro nenhum", destacou Marilene Rodrigues dos Santos, 52 anos, funcionária pública.

Porém para o economista o aumento é bem vindo, mas a previsão é de trabalhadores terão o poder de compra reduzido. "O importante é o controle da inflação para que esse aumento signifique ganho real de renda ao trabalhador. A continuar neste cenário econômico, não haverá ganho real, logo o poder de compra das família fica comprometido, o que impacta todos os setores da economia", afirmou.

agente de pesquisa Peterson Martins, 24 anos, também está pessimista quanto ao reajuste do mínimo. "Esse valor ainda não é o suficiente, precisa ser um pouco maior. Acho que todos pensam da mesma forma que eu, mas o salário subindo, as coisas sobem também para compensar esse novo valor, então acredito que esses R$ 60 não vão acrescentar mudança na vida dos trabalhadores", afirmou.

Mesmo com os trabalhadores se mostrando insatisfeitos com o reajuste do salário mínimo para 2016, o economista Tiago acredita que a população pode comemorar. "Se houver controle da inflação, esse valor pode ser sim uma comemoração, porém não deverá chegar no final do ano com tais perspectivas. Esse valor não dará condições para que a classe trabalhadora evolua no salário".

O Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), faz uma estimativa mensal de quanto deveria ser um salário mínimo, para atender as necessidades básicas de uma família composta por quatro pessoas. Em março deste ano, o Departamento estimou que o salário mínimo necessário deveria ser de R$ 3.186,92.

Peterson Martins, 24 anos, acredita que o valor não vai mudar muita coisa para o trabalhador.  (Foto: Fernando Antunes)
Peterson Martins, 24 anos, acredita que o valor não vai mudar muita coisa para o trabalhador. (Foto: Fernando Antunes)
Marilene Rodrigues dos Santos, 52 anos, funcionária pública, argumenta que o valor é pouco em vista dos aumentos que a população vem sofrendo. (Foto: Fernando Antunes)
Marilene Rodrigues dos Santos, 52 anos, funcionária pública, argumenta que o valor é pouco em vista dos aumentos que a população vem sofrendo. (Foto: Fernando Antunes)
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