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Economia

Sem aulas presenciais, papelarias perdem 50% das vendas e revelam medo do futuro

Quem investiu em adaptação conseguiu manter vendas e equilibrar o fluxo de caixa

Aletheya Alves | 23/10/2020 13:15
Papelarias viram vendas de materiais escolares diminuir pela metade durante 2020. (Foto: Kísie Ainoã)
Papelarias viram vendas de materiais escolares diminuir pela metade durante 2020. (Foto: Kísie Ainoã)

Já em preparação para a volta às aulas 2021, balanço feito por proprietários de papelarias em Campo Grande indica que só quem se adaptou conseguiu manter vendas durante a pandemia. Enquanto isso, lojas do setor que mantiveram foco nas escolas viram o consumo cair mais de 50% e agora convivem com preocupação sobre como vai ser o futuro.

Migrar para o mundo virtual e focar em vendas para artesanato foi a guinada necessária para manter o fluxo de caixa, de acordo com a proprietária da Papelaria Fradelli, Debora Colpani Dalligna. “Fizemos lives nas redes sociais de artesanato, então a pessoa comprava os materiais necessários na loja e usava isso para se distrair”.

Debora Colpani Dalligna diz que papelaria se manteve bem em consequência de adaptações. (Foto: Kísie Ainoã)
Debora Colpani Dalligna diz que papelaria se manteve bem em consequência de adaptações. (Foto: Kísie Ainoã)

Para a proprietária da loja na Avenida Mato Grosso, materiais para pintura, decoupagem, lettering e tecidos foram os favoritos nas vendas. “Por isso conseguimos manter nosso caixa estável, não vimos mudança em valores. Mas outros colegas do ramo relataram alta queda”, explicou.

Realizando compras para o volta às aulas do próximo ano, Debora explica que viu os materiais escolares básicos saírem com dificuldade das prateleiras. “Invés de usar caderno, muitos estão com apostilas impressas. Lápis, caneta, borracha, tudo isso caiu muito em venda durante o ano. Olhar para 2021 é ainda não ter certeza de como será em relação à esses itens”.

Artesanato voltou a representar boa procura durante 2020. (Foto: Kísie Ainoã)
Artesanato voltou a representar boa procura durante 2020. (Foto: Kísie Ainoã)

Em cenário mais preocupante, o dono da Papelaria Brasil, Aluisio Paulo Barbosa, de 33 anos, viu as vendas reduzirem pela metade. “A gente nunca passou por um período parecido. Não ficamos com material estocado porque o volta às aulas desse ano ocorreu e a pandemia veio depois. Então estamos com o que seria trabalhado durante o ano”.

Sobre a preocupação com o próximo ano, Aluisio diz que tenta ser otimista e fazer projeções que pensem em alguma melhora.

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Não acho que o setor esteja quebrado, a gente precisa se adaptar. O foco precisa ser no atendimento rápido, em entregas ágeis. Não sabemos como será o retorno dos alunos presencialmente no próximo ano, não tem como garantir que teremos as mesmas vendas.

Ele relata que em tempos normais, as compras do próximo volta às aulas já estaria finalizada em julho. “Também tivemos alguns problemas com indústrias porque eles estão demorando um pouco mais a entregar e demoramos mais para pedir. Estamos trabalhando com 50% dos pedidos que faríamos regularmente e vamos avaliando para ver se aquece o mercado”, explica.

Por outro lado, o que ajudou nas vendas da loja durante 2020 foi a montagem de home office. “Não é o nosso foco principal, mas temos alguns itens como cadeiras, estantes e impressoras. Isso deu uma ajudada também”.

Materiais como post it continuaram sendo consumidos em virtude de aulas e organização para home office. (Foto: Kísie Ainoã)
Materiais como post it continuaram sendo consumidos em virtude de aulas e organização para home office. (Foto: Kísie Ainoã)

Há 20 anos na Rua Maracajú, a Papelaria Expressa irá vender no próximo ano o que continua em estoque desde que a pandemia começou. Atendente da loja, Marcia Guittens, de 46 anos, viu o movimento cair mais da metade.

Com as vendas em queda tão exponencial, Marcia diz que a preocupação de hoje continua para o próximo ano. “É provável que os alunos utilizem os materiais que compraram neste ano. Não há muito otimismo nesse sentido, é mais preocupação com o que virá mesmo”.

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