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Economia

Setor produtivo reage a tabelamento e aponta disparada dos custos de frete

“Os números dos impactos do tabelamento, já em vigência desde 30 de maio, nos índices de inflação são prova contundente do erro que significa esta medida”, diz nota

Aline dos Santos | 09/07/2018 11:50
Associação dos Produtores de Soja de MS assina nota do setor produtivo. (Foto: Marcos Ermínio/Arquivo)
Associação dos Produtores de Soja de MS assina nota do setor produtivo. (Foto: Marcos Ermínio/Arquivo)

O setor produtivo se insurge contra o tabelamento do frete e divulgou nota assinada por 39 entidades, incluindo a Aprosoja (Associação do Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul), nesta segunda-feira (dia 9).

“As signatárias deste documento reforçam que são absolutamente contra o tabelamento de frete e demonstram sua grande indignação com a tentativa do Governo Federal, na última quarta-feira (04), em aprovar a Medida Provisória 832/2018 por meio de manobras no Congresso Nacional”, informa o documento.

Na semana passada, em uma sessão de menos de cinco minutos, deputados e senadores aprovaram, em comissão mista, a MP 832/18, que estabelece um preço mínimo para os fretes de carga no País. Dessa forma, a MP pode ser votada pelo plenário da Câmara dos Deputados. A medida foi uma das reivindicações dos caminhoneiros que paralisaram as estradas no mês de maio.

A proposta estabelece que caberá à ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) publicar duas vezes ao ano (até 20 de janeiro e até 20 de julho) os preços mínimos do frete referentes ao quilômetro rodado, por eixo carregado, considerando distâncias e especificidades das cargas e priorizando o custo do óleo diesel e dos pedágios. A agência também publicará a planilha de cálculos utilizada para a obtenção dos preços mínimos.

As entidades informam que fizeram propostas ao deputado federal Osmar Terra (MDB/RS), relator da MP. Sem sucesso, agora recorrem a números para ilustrar o resultado de impor tabelamento de frete sobre o setor produtivo.

“Os números dos impactos do tabelamento, já em vigência desde 30 de maio, nos índices de inflação são prova contundente do erro que significa esta medida”, diz o documento. Conforme a nota, o IPC Fipe (Índice de Preços ao Consumidor) de junho para o setor de alimentação foi de 3,14%, no mês de abril havia sido negativo em -0,10%. No setor de transportes, o IPC em junho foi de 1,01%, contra 0,05% em abril.

“Os custos de frete dispararam. Os laticínios estão pagando 40% mais caro para buscar leite no produtor. A indústria de soja está movimentando produtos pagando fretes 30% mais altos. Se eram fretes mais altos que o governo queria, ele já conseguiu. O tabelamento vai agravar essa situação e o governo se esconde atrás do movimento dos caminhoneiros para ignorar o problema que ele mesmo está criando”.

Para as entidades, a situação deve piorar. A safra de grão, calculada em 200 milhões, deve ser plantada entre setembro e novembro deste ano, o que vai exigir fertilizantes.

“O tabelamento de frete obriga o setor produtivo a arcar, via aumento do custo do frete, com as ineficiências criadas pelo Governo Federal no setor de transporte rodoviário de carga. Devido a isso, as entidades abaixo assinadas se recusam a dar apoio a este tabelamento. E com isso aclamamos aos parlamentares que não aprovem esta Medida Provisória”, diz a nota.

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