Baixa renda ainda determina atraso escolar, mostram indicadores
Região registra boas taxas de adequação idade série, mas desigualdades de renda seguem marcantes

A renda familiar continua sendo um dos fatores que mais influenciam o atraso escolar no Centro-Oeste, segundo dados do SIS (Sistema de Indicadores Sociais) de 2024.
RESUMO
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A renda familiar permanece como fator determinante no atraso escolar na região Centro-Oeste, conforme aponta o Sistema de Indicadores Sociais de 2024. Apesar de a região apresentar desempenho superior à média nacional, a disparidade entre estudantes de diferentes classes sociais é significativa. Os dados revelam que, enquanto 95,8% dos alunos de maior renda estão na série adequada, apenas 89,8% dos mais pobres conseguem manter-se no ano escolar correspondente. A situação agrava-se no Ensino Médio e Superior, onde a diferença entre classes sociais chega a 20 pontos percentuais.
Embora a região tenha desempenho educacional acima da média brasileira, a distância entre estudantes pobres e ricos permanece alta, especialmente a partir dos anos finais do ensino fundamental.
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Entre crianças de 6 a 14 anos, 94,8% dos alunos do Centro-Oeste estavam na etapa adequada ou já haviam concluído a série, resultado ligeiramente superior ao índice nacional de 94,6%.
Porém, quando os dados são recortados por renda, o cenário muda: no Brasil, apenas 89,8% dos alunos mais pobres (20% de menor renda) estavam na série correspondente, enquanto entre os mais ricos o índice sobe para 95,8%.
O salto na desigualdade aparece com clareza no Ensino Médio. Entre adolescentes de 15 a 17 anos, 77,5% dos jovens do Centro-Oeste frequentavam a etapa adequada — acima da média nacional, de 76,8%.
Mas entre os estudantes de menor renda no Brasil, só 68% estavam na série correta; nas faixas mais altas de rendimento, o percentual chega a 88,8%, um contraste que também se reproduz no Centro-Oeste.
A defasagem escolar está diretamente ligada à evasão entre jovens mais vulneráveis. Considerando a população de 18 a 24 anos, apenas 27,3% dos brasileiros nessa faixa estavam no Ensino Superior na etapa adequada ou já tinham concluído.
No Centro-Oeste, o número sobe para 32,4%, mas ainda assim é fortemente desigual: entre os mais pobres, somente 11,1% alcançam o ensino superior, contra 59,5% dos mais ricos.
O avanço desigual após a pandemia também aparece na frequência escolar das crianças pequenas. Entre 0 e 5 anos, os principais motivos para não frequentar creche ou pré-escola variam conforme renda.
No grupo mais pobre, 21% não estudam por falta de vaga ou restrições de idade da instituição; entre os mais ricos, o principal motivo é a opção dos pais — que representa 75,9% dos casos — e não limitações de acesso.

