Teatro de Anônimo inicia oficinas do 2º Festcamp
Cerca de quarenta pessoas participaram hoje da primeira oficina de técnicas teatrais do 2º Festcamp (Festival Nacional de Teatro de Campo Grande). A oficina ocorreu no Centro Cultural com João Carlos Artigos, do grupo teatral carioca 'Teatro de Anônimo'.
Os participantes enfrentaram alguns exercícios com bom humor e resignação aos comentários de João Carlos. "Minha filha, a felicidade do palhaço é ser um idiota, e a senhora é uma excelente idiota, só falta algum instrumental técnico", disse o ator após as tentativas fracassadas de uma das participantes.
Apesar das piadas, o ator reforçou durante as 3 horas da oficina a necessidade de dedicação. "O fundamental é que a brincadeira que fazemos aqui seja levada a sério, para que possamos chegar a uma verdadeira comunicação. A gente treina para ser ridículo, e isso é um trabalho que nunca alcança um lugar seguro, precisa de manutenção permanente e se perde se você não está atento".
Para João Carlos, um dos papéis mais importantes da oficina é levar aos interessados a concepção de que o trabalho do palhaço e do ator é um ofício como outro qualquer. "Assim como um sapateiro precisa saber do tratamento do couro, da sola, do prego, o ator precisa das técnicas do seu trabalho. E a técnica fundamental do ator é ser. O ator é. Sua ação ocorre exatamente no instante, e a ansiedade por exemplo, impede que a gente perceba e atue com eficácia nesse instante".
Lina Maria Gonzalez, que veio da Colômbia com sua companhia de dança acrobática para o Festival de Inverno, aproveitou a oportunidade da oficina em Campo Grande para saber mais sobre um trabalho que ela já conhecia. "Eu vi o Homem-Bomba no Rio de Janeiro, e é um peça muito legal, então foi ótimo poder me aproximar mais do trabalho".
O ator campo-grandense Arce Correia, acredita que a abertura de parte do processo de produção do 'Teatro de Anônimo' permitiu uma troca de informações mesmo com o tempo curto. "