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Esportes

Com mostra sobre o Belmar Fidalgo, Capital ganha Memorial do Esporte

Espaço funciona no local que foi o primeiro estádio de futebol de Campo Grande e, na primeira mostra, contra histórias do próprio espaço

Humberto Marques | 30/08/2018 21:15
Espaço está aberto para visitação pública no Belmar Fidalgo, a fim de preservar a história do esporte da Capital. (Foto: Paulo Francis)
Espaço está aberto para visitação pública no Belmar Fidalgo, a fim de preservar a história do esporte da Capital. (Foto: Paulo Francis)

Lembranças e muita emoção marcaram na noite desta quinta-feira (30) a abertura do Memorial do Esporte, que funciona na antiga sede de administração da praça Belmar Fidalgo. O espaço, que visa a preservar histórias do desporto campo-grandense e daqueles que ajudaram na sua construção, contará com mostras que exaltam, também, a própria história do parque esportivo, que foi o primeiro estádio de Campo Grande e serviu de palco para jogadores como Pelé e Garrincha, durante suas passagens pela Cidade Morena.

Na abertura, as homenagens envolvem justamente o Belmar, que completa 85 anos de sua abertura. “Ele é o irmão mais novo de Campo Grande”, destacou o diretor-presidente da Funesp (Fundação do Esporte da Capital), Rodrigo Terra, segundo quem há anos se buscava colocar em prática a ideia de criação do Memorial do Esporte no local.

“Boa parte da história de Campo Grande passou pelo Belmar”, emendou TErra. O espaço, discursou ele, foi inaugurado em 1933 e, cinco anos depois, transformou-se em estádio municipal recebendo jogos organizados pela Lemc (Liga Esportiva Municipal Campo-Grandense), “que geria o esporte da cidade”. O nome, porém, veio em 1953, para homenagear um dos principais incentivadores do esporte local.

Com a abertura do Morenão, em 1973, o Belmar perdeu o protagonismo para o futebol, até que em 1987 ganhou a atual configuração de praça esportiva. “Mas ele (Morenão) não conseguiu cumprir essa tarefa. Pode ser muito maior e com mais tecnologia, mas não tinha o perfume, a suavidade, a intimidade do Belmar com Campo Grande”, destacou o prefeito Marquinhos Trad (PSD). “Se o futebol é a paixão do brasileiro, o Belmar foi a praça que mais se identificou com nossa cidade”.

Matos contou histórias sobre times amadores e passagem de Garrincha pela Capital. (Foto: Paulo Francis)
Matos contou histórias sobre times amadores e passagem de Garrincha pela Capital. (Foto: Paulo Francis)
Ex-jogadores também foram convidados a participar da inauguração. (Foto: Paulo Francis)
Ex-jogadores também foram convidados a participar da inauguração. (Foto: Paulo Francis)

Espaço – A criação do Memorial do Esporte foi resultado de esforços de diferentes parceiros, como o IHGMS (Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso do Sul), Arca (Arquivo Histórico de Campo Grande), Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Cultural) e Sectur (Secretaria de Cultura e Turismo). Além disso, instituições como a Sicredi e a Plaenge, que fecharam convênio para reformar e gerir o Belmar Fidalgo, também deram suporte a inciativa –que também contou com o apoio do Campo Grande News.

“Temos de rememorar todas essas histórias”, afirmou Celso Regis, presidente da Sicredi União MS-TO. “É gratificante podermos devolver a Campo Grande um pouco do que a cidade já nos permitiu”, destacou Luiz Octávio Pinho, gerente da Plaenge na Capital.

Madalena Dib Greco, integrante do IHGMS, explica que o espaço terá entre seus objetivos exibir diferentes mostras sobre a memória do esporte. Para tanto, porém, contará com colaborações de cidadãos que possam efetuar cessões ou doações ligadas aos diferentes esportes ali representados –na primeira mostra, camisas de clubes, fotografias, recortes de jornal e um vídeo contam a história do espaço.

“Mais de duas mil pessoas passam por aqui todos os dias, e muitas são sabem que, em 1965, Pelé jogou aqui contra o Comercial. O Santos venceu por 4 a 0, com três gols dele”, lembrou Rodrigo Terra.

Marquinhos e Copeu lembraram de histórias do Comercial durante inauguração do Memorial do Esporte. (Foto: Paulo Francis)
Marquinhos e Copeu lembraram de histórias do Comercial durante inauguração do Memorial do Esporte. (Foto: Paulo Francis)
Marquinhos e Heldir Paniago descerraram placa inaugurando o Memorial do Esporte. (Foto: Paulo Francis)
Marquinhos e Heldir Paniago descerraram placa inaugurando o Memorial do Esporte. (Foto: Paulo Francis)

Memórias – O ex-massagista Nilson Matos, um dos colaboradores do Memorial e conhecido parceiro de clubes da cidade entre as décadas de 1960 e 1980, lembrou que Garrincha também jogou no local, já no fim de sua carreira. “Aqui chegando disseram que ele não tinha como jogador meio tempo”, disse, afirmando que o jogador chegara à cidade sem firmeza nos joelhos, procurando-o por ajuda para conseguir entrar em campo.

Matos fez menção, ainda, à presença de outros nomes do esporte da Capital, como Heldir Ferrari Paniago, ex-presidente da Lemc, e ao ex-jogador Valmir da Costa Flores, o Tachinha, também homenageado. Além disso, lembrou de antigos clubes do futebol amador da cidade, como o Asas EC, campeão invicto do Amador da Capital em 1963.

Marquinhos, em sua fala, também rememorou momentos importantes do esporte local, assim jogadores que fizeram história no campo do Belmar Fidalgo –inclusive do pai, o ex-deputado federal Nelson Trad, que além de jogador era torcedor do Comercial, sobre o qual contou histórias ao lado do ex-jogador Copeu.

A inauguração do Memorial do Esporte complementa a série de reformas pelas quais, recentemente, passou o Belmar Fidalgo –que envolveram desde a adoção do espaço por empresas privadas ao oferecimento de novas estruturas.

Mostra conta história do Belmar Fidalgo como centro do futebol da Capital. (Foto: Paulo Francis)
Mostra conta história do Belmar Fidalgo como centro do futebol da Capital. (Foto: Paulo Francis)
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