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Esportes

Sem receber, elenco do Comercial deixa de treinar e ameaça não jogar domingo

Amanda Bogo | 14/07/2016 18:51

Com quase dois meses de salários atrasados, os jogadores do Comercial decidiram nesta quinta-feira (14) abandonar os treinos da equipe e ameaçam não entrar em campo no próximo domingo (17) contra o Ceilândia, no Estádio Douradão, caso não recebam o pagamento que está em atraso.

Um jogador do elenco, que não quis ser identifcado, afirmou não receber salário a quase dois meses, e que a decisão foi unânime na equipe. “Conversamos bastante e decidimos hoje que não vamos mais treinar e jogar. A diretoria já está ciente da situação”, disse.

Os treinos estão paralisados e existe a possibilidade de a equipe não entrar em campo no domingo em partida válida pela série D do Brasileirão. “Já foi decidido. Vai dar W.O e o Comercial ficará dois anos sem participar do nacional. A diretoria não tem dinheiro e o governo não repassa a verba que prometeu”, contou o atleta.

O jogador se refere aos R$ 200 mil  que seriam repassados pela Fundesporte (Fundação de Desporto e Lazer de Mato Grosso do Sul) ao time por suas participações na Copa do Brasil e na Série D do Brasileiro, segundo explicou o presidente da equipe, Ítalo Milhomem, que não foi possível devido ao clube não possuir CNDT (Certidão Negativa de Débitos Trabalhistas).

A dificil situação financeira do Comercial havia sido exposta nessa semana em carta aberta publicada em uma rede social, onde a diretoria afirma que o apoio que o clube receberia do Governo do Estado foi citado.  No início do ano foi prometido que iriamos receber cem mil referente a Copa do Brasil e outros cem mil pela Série D. Apresentamos o projeto com todos os documentos necessários, mas faltou a CNDT e por isso a procuradoria da Fundesporte não autorizou o pagamento”, explicou o presidente.

De acordo com Ítalo, o TCE (Tribunal de Contas do Estado) não coloca como obrigatório a apresentação da CNDT para que convênios sejam firmados entre empresas e o Governo. Como a procuradoria da Fundesporte negou o apoio financeiro, o clube entrou com processo. "Entramos com uma ação judicial na primeira instância no tribunal de justiça e estamos aguardando o mérito do processo para ter uma posição oficial, se poderemos ou não assinar convênios com o governo sem a certidão negativa de débito trabalhista. Nosso entendimento é que podemos acessar esse dinheiro pelo edital e pela apresentação dos documentos, já que o TCE não exige essa certidão”. 

Ítalo ainda citou o repasse que foi autorizado pela câmara de Campo Grande em 2015, de R$ 460 mil, a todos os clubes da Capital, mas que o projeto não teve continuidade.

Agora a diretoria do clube busca uma solução para resolver a situação do atraso do pagamento dos atletas para que eles retomem as atividades e disputem o jogo de domingo. "Junto com patrocinadores, diretores e torcedores vamos tentar diminuir parte dessa dívida para que possamos concluir a série D. É o direito deles de paralisar. Conversamos de maneira tranquila e explicamos a situação, e eles decidiram suspender as atividades até ter um posicionamento mais concreto. Nós enxergamos os jogadores como trabalhadores e sabemos dos direitos deles. Vamos tetnar resolver isso o quanto antes”, finalizou o presidente.

A equipe do Campo Grande News procurou a Fundesporte para comentar o assunto porém não foi encontrada.

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