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Capital

Família envolvida em confusão com um morto e 4 baleados depõe na PM

Fernando da Mata | 28/02/2012 11:59

Ionar foi uma das vítimas baleadas durante confusão (Foto: Marlon Ganassin)
Ionar foi uma das vítimas baleadas durante confusão (Foto: Marlon Ganassin)

Familiares envolvidos na confusão que terminou com um morto e quatro baleados no dia 1º de janeiro, no bairro Pioneiros, região sul de Campo Grande, prestaram depoimento, na manhã desta terça-feira (28), na sede do 9º Batalhão da Polícia Militar.

A copeira Ionar Marília Monteiro Pereira, 37 anos, foi uma das vítimas atingidas pelos disparos e contou que recebeu a intimação nessa segunda-feira (27) para depor na PM. Porém, ela diz não ter entendido o motivo de ter sido chamada.

“Eles [policiais] queriam saber se houve troca de tiros, o tipo de som do disparos”, relatou após prestar os esclarecimentos. Estavam com ela na sede do 9º BPM dois filhos, sobrinho e a nora.

Dois policiais militares e uma policial civil estavam envolvidos na confusão. Um deles, o soldado da PM Samuel Araujo Lima, 34 anos, foi preso após matar Wilson Meaurio, de 41 anos, e balear outras quatro pessoas.

O advogado de defesa de Lima, Ronaldo Franco, disse que a família foi intimada pela PM por casa do processo administrativo que está em andamento contra Samuel. Na ocasião, Franco garantiu que o soldado admitiu ter entrado na residência onde ocorreu a tragédia atirando, mas alegou legítima defesa.

Na esfera criminal, o inquérito sobre o caso já foi encerrado e foi entregue na Justiça.

O caso - De acordo com informações que constam no registro oficial sobre o caso, o militar conduzia seu Fox e ao chegar no cruzamento das ruas Barão de Limeira e Padre Damião, Vila Pioneiras, um grupo de cinco a seis pessoas, passou a danificar o veículo com pedras e tijolos.

Na versão das testemunhas, o policial - Samuel - quase atropelou o grupo e ainda teria dito que por ser militar ‘podia tudo’. Em seguida, ele e o sobrinho de Ionar, Márcio Pereira Soares, 22 anos, brigaram e ambos ficaram feridos.

Após a agressão, segundo registro policial, Samuel correu para o interior de uma residência, de onde ligou para a irmã, escrivã da Polícia Civil.

Conforme informações oficiais, quando a policial chegou ao local o grupo tentava arrombar o portão do imóvel onde estava Samuel. Ela então fez disparos para baixo e o grupo foi para outra residência onde havia sido realizada uma festa de revéillon.

Em seguida, Samuel foi ao local para onde o grupo havia ido, entrou e atirou. Como a festa já havia acabado, algumas pessoas já estavam dormindo e mesmo sem apresentarem risco ao policial foram baleadas.

O pedreiro Wilson Meaurio, 41 anos, que não estava envolvido na confusão na via pública, foi atingido por um tiro no lado direito do peito e morreu. Outras quatro familiares do pedreiro ficaram feridos com os disparos.

Cinco pessoas foram indiciadas por envolvimento na briga. Samuel, que foi preso em flagrante, foi indiciado por homicídio doloso e tentativa de homicídio.

A irmã do PM, Sueili Araújo Lima, que é policial civil, pagou fiança e responderá em liberdade pelo crime de disparo de arma de fogo. O outro irmão do policial, Rodrigo Araújo Lima, que também é PM, assinou um termo de compromisso e responderá perante o Juizado Criminal Especial pelo crime de ameaça.

Já Marcio Pereira Soares e o filho de Ionar, Maílson Pereira Meaurio, vulgo “Lyon”, foram indiciados pelos crimes de tentativa de homicídio e dano qualificado. Marcio está preso e Mailson é considerado foragido e teve a prisão preventiva representada pela Polícia Civil.

A mãe de Maílson diz que não tem notícias do filho. Segundo Ionar, ele telefonou uma vez para ela falando que estava bem, mas não disse onde estava.

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