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Arquitetura

De 1914, sobrado segue imponente e arranca suspiros da família

Casa foi construída para a família Barbosa Martins antes da fundação do município e viu cidade crescer

Aletheya Alves | 08/04/2022 06:10
Descendente dos Barbosa Martins, Beatriz Branco em frente ao sobrado de 1914. (Foto: Arquivo pessoal)
Descendente dos Barbosa Martins, Beatriz Branco em frente ao sobrado de 1914. (Foto: Arquivo pessoal)

Construída em sua maioria com materiais importados da Europa em 1914, o sobrado que viu Rio Brilhante, a 161 quilômetros de Campo Grande, deixar de ser um povoado e se tornar município segue imponente. Depois de ser usada até como prefeitura, a antiga residência dos Barbosa Martins ganhou novos donos, mas continua sendo parte importante da família original.

Empresário, Domingos era irmão do político Vespasiano Barbosa Martins e, assim como ele, faz parte da história sul-mato-grossense por ser parte da família que se desenvolveu na região. Descendente do patriarca, Paulo Tadeu Martins de Barros, de 67 anos, narra que o sobrado abrigou a família por anos, até que foi vendido.

Domingos Barbosa Martins foi um dos moradores iniciais de Rio Brilhante. (Foto: Arquivo Pessoal)
Domingos Barbosa Martins foi um dos moradores iniciais de Rio Brilhante. (Foto: Arquivo Pessoal)

Conforme a narrativa contada pelos descendentes, quando chegou à região, que hoje, é Rio Brilhante, Domingos Barbosa Martins decidiu construir uma residência para manter a instalação no local. Desde então, as histórias foram compartilhadas tendo vínculos com as estruturas deixadas pelos integrantes do “clã”.

Paulo explica que, com o passar do tempo, o interior do sobrado foi se deteriorando, enquanto a parte externa se manteve fiel à original.

“Hoje, mudou bastante coisa no interior e um dos detalhes que foi se perdendo foi a vegetação. O Domingos gostava muito de plantas, então, sempre levava mudas que pegava durante viagens. Com o tempo, foi ficando um lugar bem ecológico e muitos pássaros ficavam por ali”, diz.

Estrutura foi construída em sua maioria com materiais importados. (Foto: Arquivo Pessoal)
Estrutura foi construída em sua maioria com materiais importados. (Foto: Arquivo Pessoal)

Durante estes 108 anos, a estrutura já foi usada como residência da família Barbosa Martins, se tornou sede da Prefeitura, da Câmara Municipal, seção eleitoral, internato e, hoje, voltou a ser usada como residência por novos proprietários.

Por ter sido transferido de família, o sobrado ficou longe das conversas por um tempo entre os Barbosa Martins, até que a empresária Beatriz Branco, de 33 anos, retornou à cidade e fez um registro da residência. A partir daí, as lembranças voltaram para o centro das conversas entre os primos, tios e avós.

Lembranças para novas gerações

Tataraneta de Domingos Barbosa Martins, Beatriz mora em Campo Grande, mas foi para Rio Brilhante a convite da prefeitura para ministrar uma palestra.

Ela conta que já tinha ido à cidade várias vezes, inclusive, tendo visto o sobrado rapidamente por fora. Desta vez, a curiosidade foi maior e, após questionar a prefeitura sobre qual era a situação da casa, descobriu que uma nova família mora no local.

“Fui até lá e vi que há uma família morando, mas pedi para tirar uma foto em frente, porque queria ter uma recordação. A casa não está super reformada, mas está sendo mantida até por ter pessoas morando lá”, conta.

Além de guardar para si a fotografia, Beatriz decidiu compartilhar o registro em um grupo familiar e em seu próprio perfil nas redes sociais. Além dos parentes voltarem a contar sobre as histórias da família, outras pessoas surgiram comentando que também faziam parte da família.

De acordo com a empresária, devido à família ser grande, muitas pessoas acabam se perdendo e, através dessas memórias, cada parte vai se unindo. “Quando postei a foto, uma cliente minha disse que era minha prima. Isso é engraçado, mas também bem costumeiro. Meu pai vai nos lugares e sempre acaba encontrando um primo”, brinca.

Com toda a história retomada, Beatriz diz que a família foi “reativada”, assim como as lembranças que poderiam acabar se perdendo.

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