Filho colore fachada da mãe, para alegria dela que ama cores e plantas
Muro virou atração no bairro pela cores alegres e casinha que ainda preserva campainha com sino
Apesar da timidez e de um jeitinho de falar manso, o sorriso que nasce no rosto entre uma conversa e outra revela o carinho de dona Salvadora Fernandes Oliveira, de 72 anos, pelos filhos e pelo talento de um deles. Ela é moradora do bairro Oliveira há 15 anos e nos últimos meses viu a casa se tornar atração, graças ao colorido que agora estampa a fachada.
A obra de arte é “coisa do filho”, diz Salvadora, que é fã número um de suas pinturas. “Rogério pinta paredes de escola, de casas, muros. O que você pedir ele faz”, conta.
Há poucos dias, Rogério chegou à casa da mãe querendo colorir o muro como forma de dar alegria à casa e também usar a fachada como estratégia de marketing. “Ele falou que desenharia e colocaria o telefone dele para caso alguém precisasse. E parece que tem dado certo, todo mundo passa aqui e ama”.
Rogério deu cor e vida aos muros com desenhos de três girafas e uma asa de anjo. Desde que a pintura ficou pronta, Salvadora já perdeu as contas de quantas vezes viu motoristas e pedestres fotografando o lugar admirados. “Todo mundo gosta de um desenho. E quem pode para aí na frente pra fazer foto, eu fico feliz”.
A casa é simples, mas com detalhes que tornam os dias da aposentada mais alegres e menos solitários. “Além do colorido eu tenho as minhas plantas. Parece que a cor deixou cada folha verde mais bonita”.
Aposentada, ela diz que passa os dias em casa com a filha e também se dedica à costura. Nascida em Bela Vista, veio para Campo Grande depois de perder o marido, há alguns anos. Ela prefere não falar do passado, mas da alegria de ter sido bem recebida no bairro. “Aqui é um lugar muito gostoso, de vizinhos bons, eu gosto muito daqui”.
No quintal, além das plantas, a moradora preserva um balanço que já ganhou cor para alegria do primeiro neto. Na varanda, o banco de praça é aconchego para as visitas do filho, especialmente, aos domingos. “É o momento que estamos todos juntos”. Para chamar atenção na residência, nada de usar palmas ou campainha, charme é usar o sino também feito pelo filho.
Enquanto bate um papo e admira as cores, dona Salvadora imagina que em breve o filho aparecerá com uma nova ideia de cores e desenhos. “Se eu vou deixá-lo pintar? Com certeza, meu filho é um artista”.
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