Pergolado florido de Antonia fez da calçada um canto "sagrado"
Local é usado para hora do tereré, risadas, fugir do sol e conversas que vão até de madrugada
Não há quem passe pela calçada da Antonia Irene da Silva, de 57 anos e não queira ficar um tempo embaixo do pergolado cheio de flores que ela deixou crescer ali. Um banco de madeira convida a curtir a sombra por alguns minutos. A construção foi feita pelo marido e é orgulho da esposa.
RESUMO
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Antonia Irene da Silva, 57 anos, transformou sua calçada em um oásis florido em Campo Grande (MS). Um pergolado construído por seu marido se tornou ponto de encontro para família e vizinhos. O local, antes ocupado por uma árvore querida pela família, agora abriga um banco de madeira sob a sombra de uma nova planta, incentivando a convivência e o lazer. O espaço é palco para conversas, tereré no final da tarde e brincadeiras das crianças. Antonia, artesã apaixonada por plantas, sonha em ver a nova árvore crescer e florescer como a antiga. Aberto a todos, o pergolado representa a generosidade e o acolhimento da moradora, que trocou sua Campo Grande natal, no Rio Grande do Norte, pela cidade sul-mato-grossense há mais de 40 anos.
O local virou ponto “sagrado” do tereré no final da tarde, das fofocas com a comadre e espaço para ver os netos brincarem na rua. Debaixo das flores, o papo vai até o anoitecer sem que ela e Andrea Estrellato se deem conta.

Ela conta que, antes de tudo, existia uma árvore ali, xodó da família, que vive naquela rua há mais de 20 anos. A planta pegou cupim e morreu. Com o espaço vazio, ela ainda tentou reutilizar o tronco para enfeitar a frente da casa; a ideia até que deu certo por algum tempo. A planta cresceu, cobriu o pergolado que foi instalado depois, mas o tronco ficou fraco com e caiu, levando a planta junto com as flores.
“Nunca ficamos sem árvore. Ela era enorme, tinha um balanço. Aí resolvemos fazer isso depois que caiu. Eu tenho seis netos, aí colocamos por isso. O intuito é para gente aqui em casa tomar um tereré, café, comer pipoca e até usamos de sombra quando a gente assa carne aqui na rua. É um ponto nosso. Sentamos toda tarde aqui.”
Apesar de ser para a família, Antonia explica que qualquer um pode sentar nos bancos e aproveitar a sombra. “Tem outras pessoas que podem sentar também. O pessoal senta e eu venho trazer água. É pra todo mundo que quiser.”
O objetivo da artesã, apaixonada por flores e plantas, é fazer a árvore crescer como era antes, descendo pelas laterais de novo. “Ela estava assim caída, mas como quebrou, teve que cortar e começamos do zero. Essa planta, dizem, é patinha de judia. Tem um pé de limão pequeno também embaixo. Eu adoro esse canto.”
A comadre já adotou o lugar e rótula o cantinho como dela também. Ali, as duas se perdem nas conversas. “A gente senta aí pra ficar na rua até tarde, ver as crianças brincando. É nosso cantinho, ponto de conversa. Um dia estávamos aqui e vi que já era escuro; quando dei por mim, já era mais de meia-noite.”
Além da decoração diferente lá fora, no jardim de Antonia tem até um hibisco brotando. Apesar disso, a flor favorita dela são as violetas, que ela não tem no local. Os bancos do quintal também foram feitos pelo marido, assim como os vasos de plantas em madeira.
O bordado é parte da rotina de Antônia, que trabalha com a parte criativa do tecido, faz enxoval de bebê, pano de parto, toalhas. Ela conta brevemente sobre sua origem, diz que Campo Grande, no Rio Grande do Norte, ficou para trás quando ela veio para o Mato Grosso do Sul aos 12 anos.
Aqui ela se casou, criou raízes e, desde então, só visita a terra natal nas férias. “Amo aqui, não largo. Troquei uma Campo Grande por outra”, comenta, com um sorriso que parece abraçar o quintal inteiro.
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