Com recorde de Esquadrão Suicida, tem jovem querendo quadrinho além de cinema
Apesar do Coringa duvidoso do ator Jared Leto e das péssimas críticas sobre o filme Esquadrão Suicida, a produção continua em primeiro lugar em todos os cinemas brasileiros, com 2 milhões de espectadores só entre a noite de quinta-feira (4) e domingo (7) de agosto, de acordo com a ComScore. No Cinemark, no final de semana, as sessões se esgotavam com até 2 horas de antecedência e na plateia, o público era formado principalmente por jovens e adultos.
Em meio a esse universo de filmes de super-heróis, que praticamente se transformou em um subgênero do cinema atual, é natural que o público tenha um interesse crescente por revistas em quadrinhos, aquelas tradicionais da DC Comics ou Marvel.
De acordo com Rafael Garcez, 32 anos, sócio-proprietário da XD Comic Shop, loja especializada no assunto, o número de clientes que procuram os artigos após o lançamento de filmes sempre aumenta. “Sempre acontece. Agora estão atrás do Esquadrão Suicida, principalmente da Arlequina. Normalmente é a mais a molecada, que lia mangá e começa a gostar de revista em quadrinho americana, da DC ou Marvel”, explica Rafael.
A diferença entre DC e Marvel é basicamente os personagens. Enquanto a primeira retém os direitos sobre Batman e Superman, por exemplo, a segunda tem os Vingadores. “Normalmente, as empresas fazem o famoso reboot, ou seja, zeram as revistas e começam a publicar de novo. Isso acontece porque o cliente chega e vê que o quadrinho está na 13ª edição ele já desanima, todo mundo quer começar da edição 1ª”, indica.
Rafael conta que o mais impressionante até hoje foi a procura por Guardiões da Galáxia. “Quando o filme saiu ninguém nem tinha ouvido falar dos quadrinhos, mas choveu de gente atrás”, frisa. Fã de revistas em quadrinhos, ele ainda não teve coragem de ver Esquadrão Suicida. “Estou sem coragem, as críticas estão péssimas”, ri.
De outro lado, o estudante Jorge Luiz Farias Marques, 16 anos, assistiu Esquadrão Suicida e gostou do filme, apesar “de alguns defeitos como todo filme”. “Gosto bastante de filme de super-herói, da Marvel, DC , tento sempre assistir os lançamentos”, diz. Apesar de ser fã e ter como preferido o Capitão América – Guerra Civil, Jorge não tem o costume de ler quadrinhos. “Não sou muito de ler, acho que nunca li na minha vida de super-herói, mas tenho vontade”, acredita.
Da turma que não aguenta de expectativa, quem leu os quadrinhos na infância espera o melhor do filme. “Eu acho que vai ser bom. Leio desde quando eu tinha 10 anos de idade, não tenho mais os quadrinhos em casa porque passei tudo para frente, mas aproveitei bastante”, explica, animado, o gerente Leonardo Carloto, 28 anos.
Ao lado da filha, Ana Helena Carloto, 14 anos, ele aguardava o início da sessão de Esquadrão Suicida. "Ele lê e me conta o que vai acontecer”, ri Ana. De spoiler, informações sobre o filme, ela nem se importa mais. “Acho que foi pior em Batman vs Superman”, brinca.
Mesmo assim, esse carinho do pai e a enxurrada de filmes do gênero fizeram a adolescente gostar cada vez mais de ler revistas em quadrinhos. “Eu gosto muito. Agora não estou conseguindo ler muito pelas obrigações da escola, mas sempre que dá eu leio”, confessa.
