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Artes

Filme sobre lendas de MS investe no bom humor e tem um tom didático

Naiane Mesquita | 05/10/2015 12:16
Longa-metragem estreou em sessão única ontem à noite (Foto: Naiane Mesquita)
Longa-metragem estreou em sessão única ontem à noite (Foto: Naiane Mesquita)

O dia nublado que antecedeu a exibição do longa-metragem Lendas Pantaneiras, na noite de ontem, na Concha Acústica Helena Meirelles, no Parque das Nações Indígenas, parecia arranjo de algum personagem do filme. Talvez obra do saci, para deixar o clima mais propício aos momentos de "tensão" e até efeitos especiais macabros de almas penadas e do diabo.

Uma compilação de vários curtas-metragens gravados ao longo de quase três anos pelo diretor Fábio Flecha, Lendas Pantaneiras ousa para uma produção local ao explorar o imaginário coletivo com o uso de efeitos especiais e maquiagem simples.

Ao apresentar personagens do folclore de Mato Grosso do Sul e até de fama internacional, a produção envereda por momentos bem humorados e explicação um tanto quanto didáticas. A ambientação em locais históricos da Capital, como o Museu José Antônio Pereira, a antiga Estação Ferroviária e o Parque do Prosa tornam o longa-metragem ainda mais educativo, sendo uma boa opção até para crianças.

Integrantes do filme subiram ao palco antes da exibição (Foto: Divulgação/Render Brasil)
Integrantes do filme subiram ao palco antes da exibição (Foto: Divulgação/Render Brasil)

Com uma equipe de poucos integrantes, cerca de 20, vários atores se revezaram no papel e mostraram o talento mais de uma vez. Uma dobradinha que chamou a atenção do público foi a dos intérpretes Bruno Moser e Espedito Montebranco. Ambos já atuaram juntos no teatro e demonstraram que a química também acontece na frente das câmeras.

Logo no início do projeto, na primeira lenda apresentada os dois vivem caçadores em busca de uma presa adequada. Com um humor nato, Bruno consegue contrapor com o jeito mais sério, porém também engraçado, de Espedito. É difícil segurar o sorriso.

No conto seguinte, Espedito vive um diabo, conhecido no longa-metragem como pé preto, enquanto Bruno é um moço da roça inocente. Nesse ponto, o violeiro Marcelo Loureiro também faz uma ponta, mostrando os dotes no instrumento. Mais para frente, os dois trocam de lugar. Quem vive o diabo é Bruno e o homem manipulado é Espedito.

Para eles, essas mudanças contribuem muito para o crescimento do ator. "Foi ótimo e ver agora todos os contos reunidos é uma oportunidade que a gente tem de se ver e se rever, ver o que ficou bom e o que nem ficou tanto", brinca. 

Espedito concorda. "É uma experiência e tanto, porque são dois personagens parecidos e feitos por dois atores, que trocam depois, onde um é vítima do outro dependendo do conto. Cada curta demorou em média uma semana para ser gravado até para não perdermos essa caracterização do personagem, essa vivência", afirma o ator, que tem 20 anos de carreira.

O veterano conta que a ideia de realizar o longa-metragem surgiu durante uma viagem a trabalho ao lado do diretor Fábio Flecha.

"Eu estava gravando um material publicitário e o Fábio fazia parte da produção. Na volta eu conversei com ele sobre a dificuldade dos atores de aparecerem nos filmes em Mato Grosso do Sul, todos os filmes que vem para cá vem prontos, quando conseguimos um papel entram mudos e saem calados, ele já vem pronto, o filme vem fechado, não é desenvolvido aqui. E ele disse sobre a dificuldade em conseguir patrocínio. Então eu sugeri, que tal a gente juntar e fazer um filme, você entra com os equipamentos, o diretor e eu consigo o atores, e o meu grupo de teatro já entrou, que era o Bruno Moser, a Jurema. Convenci o Bruno e as outras pessoas", diz. 

O filme tem duração de quase 2 horas.

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