ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, TERÇA  23    CAMPO GRANDE 22º

Artes

Xanya e as Draguerreiras é série nonsense que combate o preconceito com minorias

Campo Grande se transforma em Campus Imensus em ficção com drags e humor

Thaís Pimenta | 17/07/2018 08:23
Guilherme Silva é o ator e drag que interpreta Xanya, além de ser o criador dessa história nonsense. (Foto: Acervo Pessoal)
Guilherme Silva é o ator e drag que interpreta Xanya, além de ser o criador dessa história nonsense. (Foto: Acervo Pessoal)

É na cidade de Campus Imensus que o primeiro episódio da websérie "Xanya e as Draguerreiras" surge. Campus Imensus é, na verdade, uma releitura de Campo Grande, que por meio de colagens em vídeo, com elementos característicos da própria Capital, se transforma em uma megalópole.

Xanya é Juca, um jovem alegre, nerd, também drag, que via morar na cidade grande e se depara com situações de homofobia, transfobia e machismo. Numa benção pela mãe de todas as drags e mentora Maria Quitéria, ganha superpoderes para combater as injustiças contra minorias sociais. Essa história maluca, repleta de humor, foi concebida por Guilherme Silva, ator que dá vida à Xanya, junto a seu irmão, Thiago Silva, e à amiga Pamella Yule.

Tudo começou quando Guilherme foi participar de um concurso online para ganhar um kit de pincel de maquiagem. Dentre as exigências era preciso mandar um vídeo com o tema do machismo. Guilherme não ganhou o concurso e nem o kit, mas ganhou, sem querer, o tema para um projeto bacana, que consegue unir a arte de ser drag com humor e inovação no combate a milhares de preconceitos às minorias sociais. 

Este primeiro vídeo foi lançado há três anos. De lá pra cá, os três tiveram a oportunidade de amadurecer o enredo dessa história, lançar dois curtas com o tema, e até mesmo participar de um edital público de incentivo, que também não selecionou a websérie dos amigos. Mesmo assim, eles não desistiram, e lançaram de forma independente o primeiro episódio, muito mais produzido do que os primeiros vídeos, no dia 6 de julho, no Teatral Grupo de Risco.

"Com esses dois curtas arrecadamos o 2º lugar na categoria Trash na 4ª Mostra Audiovisual de Dourados (2016), o 2º lugar,  na categoria Trash na 5ª Mostra Audiovisual de Dourados (2017) e fomos vencedores da categoria voto popular na 5ª Mostra Audiovisual de Dourados (2017)", diz Guilherme.

Pamella explica que, por conta do edital, a série acabou sendo moldada de acordo com as exigências. "Por questões burocráticas a gente acabou não sendo contemplado e esse edital previa um limite de episódios. Então a gente pensou em uma série para a internet, com 12 episódios, que trouxesse um pouco das nossas inspirações, como os desenhos Dragon Ball, Sailor Moon e Power Rangers".

Equipe junto ao lançamento do primeiro episódio, com o público presente.
Equipe junto ao lançamento do primeiro episódio, com o público presente.

De acordo com Guilherme, o primeiro episódio será lançado no canal do Youtube da série no dia 23 deste mês, próxima segunda-feira. Em seguida, se inicia um projeto de crowfunding para rentabilizar todo o processo de gravação dos próximos 11 episódios.

"Até porque temos cerca de 15 pessoas envolvidas, ajudando na produção da série. O que no início começou com nós três passou a envolver parceiros, como pessoal do Maracangalha, do próprio Teatral Grupo de Risco, a UFMS, o Restaurante Universitário, a Andrômeda, que é quem assina a maquiagem da Xanya, então precisamos rentabilizar todo mundo", completam.

No primeiro episódio, Xanya enfrenta o vilão Mão-Na-Bunda, um homem que acha comum, em seu meio social, assediar e passar a mão nas mulheres. O nome dos personagens, especialmente dos vilões, foram cuidadosamente pensados para sarem caricatos e engraçados.

"Tudo foi pensado para trazer ares nonsense à websérie. Os efeitos que criamos para as draguerreiras, os nomes e as colagens que formam o Campus Imensus. Estamos criando um humor único, e quem esteve na exibição do primeiro episódio conseguiu notar, e inclusive elogiou esse ponto da nossa produção", conta Guilherme.

A intenção é passar pelo menos 45 dias arrecadado pelo crowfunding para só depois, lá por setembro, começar as gravações dos outros episódios. "A partir daí pretendemos lançar um a cada semana", finaliza Pamella.

Curta o Lado B no Facebook  e no Instagram.

*Matéria editada as 13h47 para incluir teaser.

Nos siga no Google Notícias