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Artes

Artistas compõem grupo de estudo e pedem gestão compartilhada e investimento

Paula Maciulevicius | 17/10/2011 21:31

Grupo de estudo quer gestão compartilhada e investimento em produção de cultura

Artistas discutem proposta de 1% para cultura e pedem que repasse seja destinado à produção efetiva. (Foto: Pedro Peralta)
Artistas discutem proposta de 1% para cultura e pedem que repasse seja destinado à produção efetiva. (Foto: Pedro Peralta)

Em reunião na noite desta segunda-feira, na sede da escola de samba Igrejinha, artistas, músicos, organizadores a frente do Carnaval e produtores culturais se juntaram mais uma vez para discussão da proposta de 1% do orçamento municipal para a cultura.

Dessa vez, um grupo de estudo montado vai apresentar o que abrange o orçamento ligado à cultura, propor gestão compartilhada na pasta e num diálogo sério e técnico ressaltar que o que precisa na cultura não é obra e sim produção e difusão.

“Campo Grande é bem equipada de prédios, praças, mas durante o ano todo não existe recurso para produção. A prioridade não é obra, porque quem faz cultura é gente”, afirma Victor Hugo Samúdio, integrante do movimento “A imaginação move a cidade. Todos somos um, 1% para a cultura e não para o cimento”.

A destinação de 1% do orçamento municipal para a cultura já é previsto desde 2009, através do Plano Municipal da Cultura. Como segunda Capital a criar o Plano Municipal de Cultura, os artistas de Campo Grande querem que o percentual que seja aplicado na produção cultural

Segundo Victor Hugo a destinação chega a ser até um percentual maior que 1% porque entra na pasta obras como a construção do Centro Cultural Belas Artes, por exemplo.

“É uma obra maravilhosa, gigante, mas como vai funcionar durante o ano? A grande maioria do repasse vai para obra. Queremos focar no que a lei já prevê, se o recurso é para cultura que seja produção, difusão, circulação e não construção”, ressalta.

O grupo de estudo levantou que a pasta recebe em torno de R$ 8 milhões, de R$ 4 a R$ 5 mi ficam para custeio da própria Fundação, como aluguel de prédio, gastos com funcionários e para as ações mesmo sobram entre R$ 2 e 3 milhões por ano.

Atriz há 30 anos pede “Eu gosto que Campo Grande conheça meu trabalho, dos meus colegas. Esse é o meu ofício”, defende. (Foto: Pedro Peralta)
Atriz há 30 anos pede “Eu gosto que Campo Grande conheça meu trabalho, dos meus colegas. Esse é o meu ofício”, defende. (Foto: Pedro Peralta)

Ainda de acordo com o levantado pelo grupo, o Fundo Municipal de Cultura recebe apenas R$ 250 mil, enquanto o projeto da Lei de Fomento ao Teatro recebe R$ 163 mil. “Isso para todos os projetos, artistas, para tudo”, coloca Victor Hugo.

Um exemplo de luta pelo investimento na cultura vem da atriz Conceição Leite, de 51 anos. Há mais de 30 a sul-matogrossense se dedica ao teatro.

“Cantar o seu quintal e serás universal”, a frase de Tolstói é usada pela atriz que a defende como lema, assim como o desejo de que o campo-grandenses conheça e tenha orgulhos dos seus artistas.

“Esse momento é importante para todos nós artistas, é uma forma de engrandecer o trabalho”, comenta.

Para a atriz, o movimento vai ganhar o apoio dos governantes. “Não é um movimento de cara amarrada, ele quer buscar da simpatia”, completa.

Coordenadora do ponto de cultura Curumins na Mata, que há dois anos está em sede nova, ela defende que a iniciativa vai prestigiar os artistas locais. “Eu gosto que Campo Grande conheça meu trabalho, dos meus colegas. Esse é o meu ofício e essa é a oportunidade que vai favorecer todos nós artistas”, finaliza.

Um dos grandes nomes da música regional, Jerry Espíndola afirma que o que os artistas querem é antecipar a produção artística.

“Nossa produção é tão boa e reconhecida, a cultura não envolve só os artistas, mas o carregador de som, o pipoqueiro que vende no show, o taxista que faz as corridas durante o evento. Muita gente ganha dinheiro”, defende.

“Não adianta ter teatro e não ter como fazer. O prefeito precisa ter esse olhar, os vereadores precisam. É a grande chance que a gente tem de concretizar esse 1%”, diz.

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