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Artes

Quem não tem garagem, ensaia na praça

Ângela Kempfer | 26/09/2012 11:16
Leonardo, Eriko, Chicão e Ettore (da esquerda para a direita), em manhã de ensaio na Ary Coelho. (Foto: Rodrigo Pazinato).
Leonardo, Eriko, Chicão e Ettore (da esquerda para a direita), em manhã de ensaio na Ary Coelho. (Foto: Rodrigo Pazinato).

Se a música é boa, ainda é cedo para falar, mas pelo menos não incomoda. Na Praça Ary Coelho, a banda toca durante horas, sob olhares dos que resolvem descansar. Uma ótima ideia para produzir cultura e dar vida aos espaços públicos.

O nome do grupo é teatral: Circo de Baco. “Expulsos” do Horto Florestal, onde normalmente costumam ensaiar, o jeito foi começar a semana na praça do Centro.

De longe, com um coreto no cenário, o som parece super apropriado ao dia de sol. A aproximação revela uma batida mais pesada, feita por quatro universitários que decidiram seguir o caminho de muitos, mas com formação diferente da convencional.

A banda tem trombone, berimbau, cajon, violão e violoncelo. Na praça, apenas os quatro primeiros instrumentos surgem na paisagem. A violoncelista teve de estudar.

Há seis meses é assim, conciliando horários de aulas na universidade. Ali, ao ar livre, eles conversam, tocam e compõem com desprendimento. O som “tem uma pegada afro, pop”, define o vocalista Eriko, um estudante de Artes Cênicas.

Nenhum é amigo de infância, sequer moram na mesma região ou estudam na mesma universidade. “A gente mora cada um em uma saída da cidade, mas um foi indicando o outro e formamos a banda”, lembra Eriko.

“Cada um tem uma preferência musical, um gosta de metal, outro de MPB, violão clássico...”, diz Ettore, o dono do berimbau, o que “mora melhorzinho”, no Jardim dos Estados..

Chicão tocava na fanfarra das escola, mas encontrou o trombone na infância por causa da asma. “Estudava em uma escola estadual e indicaram a música como tratamento”, explica.

Quando a banda toca, as diferenças viram vantagem, com tom político. A música “Casa Brasil” tenta falar como Legião Urbana já dizia, uma boa notícia quando a maior parte do que se ouve hoje em Campo Grande tem o ritmo sertanejo.

A letra parece falar com a maioria das pessoas que passam carregadas de envelopes. Com mais conta para pagar do que música para cantar”.

Hoje, o Circo de Baco toca no Rockers Bar, na avenida Manoel da Costa Lima, 38. Próximo a UFMS.

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