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As garotas loucas pelos rapazes coreanos e o medo de uma guerra nuclear

Ângela Kempfer e Anny Malagolini | 10/04/2013 06:24
No perfil de Adilene, o assunto "coreanos" é contante.
No perfil de Adilene, o assunto "coreanos" é contante.

Todo mundo já percebeu a invasão coreana em Campo Grande. Mas tem gente que muito antes disso já era fascinada pelos olhos puxados e idioma quase indecifrável de quem vem daquelas bandas do mundo. Um interesse, principalmente, pelos homens de lá.

Adilane Silva, de 38 anos, é uma apaixonada pela Coreia. A curiosidade pelo país que fica do outro lado do mundo começou quando se casou com um filho de japonês. O interesse pela cultura oriental foi quase que instantâneo e acabou focado nos coreanos.

Ela nunca escondeu ter uma queda por homens orientais, tanto que escolheu um para casar. No Facebook, a admiração fica evidente pela quantidade de fotos masculinas, com uma beleza que ela considera “delicada”. “Eles são diferentes, não se importam em serem os machos alfas”.

Na música, a lista de bandas e cantores da Coreia é grande. “Acho lindo, tem uma sonoridade que me encanta e é dançante”. Para o cinema, também há elogios. “São belas histórias, sensíveis e que valem a pena serem assistidas”.

Em junho, Adilene vai conhecer pela primeira vez a Coreia do Sul e planeja estudar a língua do país. A princípio, a hospedagem será por três meses, mas ela não descarta a possibilidade de morar lá, já que o marido é um dos maiores apoiadores. “Ele me dá a maior força. Sem esta tranquilidade, seria impossível viajar, ele é meu braço direito”, comenta.

Olha o coreano de novo aí, no perfil da adolescente Vitória.
Olha o coreano de novo aí, no perfil da adolescente Vitória.

E o entusiasmo começa cedo. A estudante Victoria Salles Nicolau, aos 14 anos já é uma fã alucinada. Ela descobriu no ano passado o universo coreano, por meio das amigas da escola, e também pela prima, Camila Osório, de 15.

Juntas, as duas colecionam ídolos bem diferentes dos Justin Bieber que fazem a fama pelo mundo. Também não pensem que são do fã clube do rapper Psy, que estourou com o sucesso Gangnam Style no ano passado. Os ídolos são bem mais jovens.

No início, tudo pareceu muito esquisito para Vitória. “Achei estranho, mas ficavam me mostrando, até que comecei a gostar”. Hoje, ela já aparece no estilo cosplay, a mistura de “costume” (fantasia) e “play” (brincar). Entrou para a turma que usa fantasia para homenagear desenhos animados ou personagens, como muitos adolescentes orientais.

Com a dúvida já no passado, no dia 21 de abril ela embarca para São Paulo, ao lado de uma amiga e de um responsável. Vai realizar o sonho de ver de perto os ídolos da banda coreana “Super Junior”. A boy band é de Seul e em 2011 virou sucesso na internet com o clipe da música "Mr. Simple".

Os pais deixaram, mas com a condição de que a adolescente arrumassem o dinheiro para as despesas. Sem problemas, logo Vitória resolveu o assunto fazendo biscoitos para vender.

Victoria e amiga, de cosplay
Victoria e amiga, de cosplay

Ela explica que os fãs de determinadas bandas coreanas são reconhecidos por cores. A oficial do Super Junior é “cor azul safira.” Já o estilo no palco é muito parecido com dos astros pop dos EUA, na roupa, no cenário, na batida. O que muda é o número de componentes: são 13.

As músicas estão amontoadas na Playlist do iPod de Vitória. A estudante conta que, com muito esforço, aprendeu a tradução de duas frases: “Eu te amo” e “Não me deixe”.

Mas antes de toda essa devoção, a prima Camila já estava empenhada em descobrir e aprender tudo sobre a cultura coreana. A menina garante que há 3 anos não tinha o hábito nem de ouvir canções convencionais, muito menos coreanas.

Mas como em um clique, se apaixonou pelos ritmos da Coreia do Sul. “Hoje eu não consigo viver sem música, escuto quase que o dia todo”.

Sem entender o que as músicas falam, ela lembra que chegou a pensar que algumas frases eram inventadas, sem sentido, tamanha era a dificuldade ao entender as canções.

Depois de algum tempo veio a familiaridade e descobertas importantes. “Eles não têm preconceitos, falam de homossexualidade naturalmente, e admiro a liberdade deles”.

Camila nem pensa em namorar, se acha muito nova, mas no futuro quer alguém de olhos puxados. “Vou gostar mais”, explica. É tanto interesse pelos meninos, que a garota diz estar apavorada diante da possibilidade de guerra nuclear, risco imposto pela Coreia do Norte.

Por dentro do assunto, a maior preocupação dela é porque na Coreia do Sul todo homem tem de se alistar nas Forças Armadas. “Meu cantor favorito disse que vai entrar para o Exército e eu fico com muito medo de que aconteça algo ruim” justifica.

Banda Super Junior fará show em São Paulo este mês
Banda Super Junior fará show em São Paulo este mês

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