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Comportamento

"Garota Jeans" no passado, Cristina aprendeu que o tempo não é inimigo

Hoje, 33 anos depois de seu primeiro trabalho como modelo, ela fala dos efeitos do tempo para uma mulher

Thaís Pimenta | 04/04/2018 07:34
Cristina foi modelo, se formou em arquitetura e hoje é empresário do turismo. (Foto: Roberto Higa)
Cristina foi modelo, se formou em arquitetura e hoje é empresário do turismo. (Foto: Roberto Higa)

Exatos 33 anos separam a Cristina Albuquerque das fotos clicadas por Roberto Higa em 1985 e em 2018. A mais antiga exibia uma Cristina jovem, aos 17 anos, descobrindo a possibilidade de uma profissão: a de modelo, após ser descoberta por um colunista social da época, Alexandre Bilo. A de 2018 mostra a mulher prestes a completar 50 anos, que já teve um título de beleza famoso em Campo Grande, o de Garota Jeans, o que hoje pouco importa na vida da mãe, arquiteta e empresária do ramo do turismo.

O tempo passou e, com ele, vieram os efeitos ao corpo e ao emocional feminino que, diga-se de passagem, é muito mais injusto com elas do que com eles. Porém, no caso da bela Cristina, ela diz que a maturidade só ajudou e que descobriu o poder lá pelos seus 35 anos. "Acho que a mulher não tem noção de sua beleza e de como usá-la a seu favor, não existe uma estima formada, qualquer passo em falso é uma oportunidade para duvidar de si", explica.

Os anos também trazem outras prioridades na vida de quem entende que precisa seguir. "Hoje eu me considero uma mulher bela, mas não acho que isso me ajuda ou me atrapalha. Não tenho medo do que está por vir, só espero viver com saúde".

Cristina em seu primeiro trabalho como modelo. (Foto: Roberto Higa)
Cristina em seu primeiro trabalho como modelo. (Foto: Roberto Higa)

No passado, a menina enxergou nos elogios uma possibilidade de fazer uso daquilo a seu favor e com o passar dos dias foi se destacando dentre suas colegas, até se tornar a Garota Jeans de Campo Grande. "Era um concurso sério de Mato Grosso do Sul, que levava a selecionada para participar do Garota de Ipanema, no Rio de Janeiro, e nele fiquei entre as dez melhores meninas, representei bem o nosso Estado", diz.

Do exposição em rede nacional, no programa Fantástico, surgiu o convite para ir ao Rio de Janeiro a trabalho, onde ficou por três anos. "Trabalhei com os Trapalhões por um ano, fiz comerciais de TV com as celebridades da época e até mesmo com o Ayrton Senna", lembra ela.

Mas mesmo com uma carreira em ascensão, a menina optou por deixar de viver de sua beleza, voltar para Campo Grande e realizar o sonho de se formar em uma faculdade, uma das primeiras de sua família a correr atrás do diploma. "Quando a gente está no meio da moda, temos muitos caminhos mais faceis. Acho que muitas meninas caem nessa, justamente, por não terem aquela noção de estima que eu disse. Se tem gente querendo pagar, porque não fazer? É isso que muitas delas pensavam".

Seus traços misturam descendência indígena e paraguaia. (Foto: Roberto Higa)
Seus traços misturam descendência indígena e paraguaia. (Foto: Roberto Higa)
Cristina 33 anos depois da primeira foto. (foto: Roberto Higa)
Cristina 33 anos depois da primeira foto. (foto: Roberto Higa)

Abandonou as passarelas e as lentes das câmeras ela substituiu pela Arquitetura. "Sempre me inspirei na força da minha mãe, Maria do Carmo Albuquerque, mas ela não esteve aqui, presente, quando me formei, porque ela faleceu meses antes. No dia da formatura senti um misto de orgulho, com tristeza e muita saudade".

Para a empresária, o tempo foi muito mais seu amigo do que inimigo. "Foi generoso comigo, em todos os aspectos. Em relação ao meu corpo, eu sempre me cuidei. Gosto de me alimentar bem e de praticar exercícios. Acho também que minha mistura de índios com paraguaios ajudou", brinca.

Foi o poder do tempo que fez com que Cristina se encontrasse na profissão que escolheu, empresária do turismo. "Pra mim, a arquitetura se encaixa com o turismo. Eu sempre gostei de vender, porém a Cristina do passado nunca se imaginaria trabalhando com isso. Foi a fusão perfeita, vendas, arquitetura, e viagens, que mesmo quando eu era pobre fazia questão de viver, ir a outros lugares e conhecer novas culturas".

Já em seu coração, ela diz que gostaria de ter se aproximado da espiritualidade mais cedo. "A gente fala com Deus quando está mal, mas nos momentos de alegria nem nos lembramos, muito por causa do lado individualista mesmo. É uma coisa que me faz bem e se eu pudesse ter dado um conselho para a Cristina de 33 anos atrás eu diria pra ela ir atrás de sua fé".

Sobre o futuro, a ex-modelo garante não temer a velhice, e busca pensar muito mais no lado bom da próxima etapa de sua vida, a de ser avó. "Tudo que a gente vive no presente ou no futuro é fruto do que plantamos. Eu espero viver uma velhice ativa, sem dores, com saúde, viajando por aí, ao lado do meu marido e da minha netinha, que ainda não chegou mas está dentre os meus desejos", brinca.

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