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Comportamento

A idade trouxe desemprego e Sidney vai ter de se separar de 26 companheiros

Elverson Cardozo | 22/04/2015 06:34
Sidney e os companheiros peludos. No registro, apenas seis. A maioria se assusta com a presença de desconhecidos. (Foto: Fernando Antunes)
Sidney e os companheiros peludos. No registro, apenas seis. A maioria se assusta com a presença de desconhecidos. (Foto: Fernando Antunes)

Sidney Rodrigues de Almeida, 55, um operador de máquinas, morador de Campo Grande, não gostaria de dar tchau aos 26 peludos que lhe acompanham há anos, mas se prepara para fazer isso até o fim de abril.

Desempregado e vivendo de "bicos", ele diz que a situação apertou e agora mal consegue se manter. “Estou há três meses sem pagar aluguel e a dona quer a casa. Vou sair e não tenho para onde levá-los”, conta, ao dizer que, embora tenha procurado trabalho, não conseguiu nada. “Acho que é por conta da idade”, supõe.

Nos primeiros meses, logo que foi despedido da empresa onde diz ter trabalhado por quase três décadas, a ajuda vinha da mãe, que morava com ele. Mas a mulher faleceu há 1 ano e 10 meses e deixou de herança cerca de 50 gatos. “É paixão antiga. Ela gostava. O pessoal sabia disso e deixava na frente de casa. Um dia soltaram 7 dentro de um saco, lembra.

No começo, Sidney conseguiu cuidar dos bichos sozinho, mas, diante da situação, optou por achar novos donos para metade. Sobraram os 26, que agora dividem espaço com ele na casa praticamente vazia. Todos tem nome. São tantos, que ele não consegue lembrar com precisão, mas cita Jerry, Pity, Piratinha (que nasceu sem um olho), Mel e Chica.

Cada um carrega uma história particular. “O Gino tem pino e parafuso. Foi operado porque quebrou a patinha. Na época a gente tinha condições e levamos para o hospital”, afirma. O morador mais velho tem 13 anos, enquanto o mais novo tem 1 e 3 meses.

A maioria não tem raça definida e isso, na verdade, pouco importa a Sidney, que nutre amor especial pelo grupo todo, sem qualquer distinção. “Alguns dormem comigo. Parecem crianças”, diz. O Operador de Máquinas vai para a chácara de um parente e não tem autorização para levar os animais, por isso busca novos lares para eles. “Se tivesse condições não iria doar, jamais, mas estou desesperado. Soltar na rua eu não vou. Não tenho coragem”, lamenta.

A despedida vai ser dolorida, mas, pelo menos, Sindey dormirá tranquilo, com a certeza de que os peludinhos vão estar em segurança. Interessados em adotar devem ligar para os números (67) 8173-2835 e 92491470.

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