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Comportamento

Amor semeado diariamente virou árvore depois do aneurisma que levou Michel

Seus pais, relembram ainda com muita dor, as memórias do filho mais velho que partiu cedo demais

Thaís Pimenta | 05/12/2017 06:05
Sebastião, Maisa e Vitor, ao fundo, Michel (Foto: Paulo Francis)
Sebastião, Maisa e Vitor, ao fundo, Michel (Foto: Paulo Francis)

Há um ano e 46 dias a família recebia a notícia de que Michel Lorãn havia sofrido um aneurisma cerebral. O coração puro do jornalista corumbaense, livre de maldade, bateu até a tarde do dia 20 de outubro de 2016, quando os médicos avisaram a mãe, Maisa Ribeiro Amaral, de que o filho mais velho havia partido.

O que ficou de Michel? O amor semeado diariamente.

Por isso, o sentimento se transformou em uma árvore de ipê plantada pela família e alguns amigos do curso de Jornalismo da Universidade Federal. Ao lado dela, a frase “Depois da morte e ressurreição da semente, a flor é a recompensa", encontrada no livro “Tempo de Esperas”, obra que Michel estava lendo em seus últimos dias de vida.

Michel em sua rotina na TV. (Foto: Acervo Pessoal)
Michel em sua rotina na TV. (Foto: Acervo Pessoal)

A família sempre foi o porto seguro dos filhos e Lorãn fazia questão de deixar isso bem claro. No último Dia das Crianças, ele quis inverter os papéis e deu ao pai um celular, em forma de agradecimento. No Dia das Mães, o jornalista presenteou a todos com uma viagem ao santuário de Aparecida e ao Rio de Janeiro.

Mas não só com presentes o filho demonstrava esse amor incondicional. Por morar em Corumbá, por conta do trabalho, ele acabava por ficar longe por muito tempo dos pais, que vivem em Campo Grande. A cada fim de semana de folga, Michel fazia o mesmo trajeto de volta pra casa e chegava todo contente no portão. “Ele abria essa porta e falava 'cheguei, meu povo', sempre feliz”.

Espiritualmente, a família continua a sentir a presença do homem religioso, com sorriso de menino. Entrar no quarto dele permite lembrar um pouco de como ele era. “Suas roupas, seu relógio, sua organização bagunçada, tudo é ele ali”, descreve Maisa.

Família se uniu ainda mais no período de luto. (Foto: Paulo Francis)
Família se uniu ainda mais no período de luto. (Foto: Paulo Francis)

Hoje, a foto pendurada na parede da sala é uma forma também de mantê-lo vivo. “Agora só tiramos fotos ao lado dele”, diz a mãe.

A dor da mãe, do pai Sebastião Dias de Amaral e do irmão Vitor José não cessa. Alguns dias, segundo eles, dói menos, em outros a tristeza invade o lar dos, agora, três. É na fé que encontram forças para seguir em frente.

Árvore é homenagem a Michel.  (Foto: Acervo pessoal)
Árvore é homenagem a Michel. (Foto: Acervo pessoal)

“Você pode perguntar pra qualquer mãe, a gente nunca espera perder um filho, não é natural. A gente conversava todo dia, ele era meu melhor amigo. Eu perdi um filho e um amigo, uma pessoa que eu entendia o que sentia só de olhar”, diz ela.

Não há ninguém capaz de dizer coisas ruins a respeito dele, muito pelo contrário.

Seu alto astral, seu riso fácil e sua vontade de ajudar a todos são as primeiras características que vêm à mente dos que conviveram, mesmo que por pouco tempo, com Lorãn.

“Ele tinha uma energia e um bom humor inacreditáveis. Mesmo trabalhando muito ele não desanimava, nem mesmo nas segundas-feiras”, brinca a mãe.

A saudade impiedosa se acalma quando os pais lembram quão bom Michel foi. 

"Ele se foi, mas ficou a certeza de que ele estava feliz, fazendo as coisas que ele gostava, com as pessoas que ele amava e eu só tenho a agradecer a Deus por ter me dado o Michel de presente por 25 anos e oito meses", finaliza Maísa.

Frase ficou marcada (Foto: Paulo Francis)
Frase ficou marcada (Foto: Paulo Francis)
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