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Comportamento

Antes de partir, vovó ensinou como surfar nas sutilezas da vida

O #tbt de hoje é uma foto especial pra família, que narra o que ficou de dona Mafalda, a "vovó maneira" que viveu intensamente

Thailla Torres | 05/11/2020 08:58
"Vovó maneira" surfando com os netos durante viagem. (Foto: Arquivo Pessoal)
"Vovó maneira" surfando com os netos durante viagem. (Foto: Arquivo Pessoal)

Só de ouvir a filha e os netos falarem de dona Mafalta Pöckel Monteiro, o coração sente aquela pontinha de tristeza por não ter tido a sorte de conhecê-la pessoalmente. É tanta aventura, felicidade e lição de vida, que essa “vovó maneira” deixou muito mais do que saudade após sua despedida.

Era uma mulher à frente do seu tempo”.

É com essa frase que a filha Ivone Monteiro define a mãe, que partiu em 16 de setembro de 2020. Seu coração foi traiçoeiro e a impediu de continuar os sonhos que ainda tinha. Mas o que conforta toda a família é que ela viveu intensamento tudo o que queria.

A foto acima é o significado claro da vontade de viver que nunca faltou em Mafalda, a ponto de encarar um surf com os netos até mesmo na fase da vida que muitos chamam de “velhice”. Ela não surfou sozinha, os netos seguraram a prancha, mas mesmo assim ela desbancava muito marmanjo que mal tem coragem de entrar no mar.

Mafalda era uma mulher apaixonada por flores. (Foto: Arquivo Pessoal)
Mafalda era uma mulher apaixonada por flores. (Foto: Arquivo Pessoal)
Mafalda conseguiu ser presente na vida dos filhos, netos e bisnetos enquanto viveu.
Mafalda conseguiu ser presente na vida dos filhos, netos e bisnetos enquanto viveu.

Tem ainda o sorriso que nunca faltava assim como a esperança. Em um ano tão difícil pautado por uma doença que matou milhões pessoas pelo mundo, Mafalda se mantinha esperançosa e havia até programado o Natal, comprado presentes em junho, pensado na decoração.

Ela sempre amou as festas tradicionais e gostou que a gente comemorasse tudo em casa. Além disso nunca podia faltar as comidas típicas, os bolos alemães, a cuca, o bolinho de polvilho, de nata e a cueca virada”, conta a filha.

Mafalda conseguiu ser presente na vida dos filhos, netos e bisnetos enquanto viveu, e deixou marcas bonitas para o resto da vida. “Ela foi uma pessoa que desafiou tudo aquilo que falavam para uma mulher. Encarou profissões, concursos, pessoas, era uma mulher inteligente, interessante, que educou e batalhou para formar os três filhos. Tinha essa preocupação com a educação como ninguém e, claro, amava flores”, lembra.

Sempre estimulando as pessoas a crescerem, a filha lembra que ela fazia caminhada de dois quilômetros por dia ao lado do irmão, mesmo com algumas limitações da idade.

Mafalda nasceu na cidade fronteiriça de Ponta Porã em 7 de agosto de 1932. Filha de descendentes alemães e suíços que escolheram o Brasil como refúgio pós guerra, é a terceira filha de oito irmãos. Em 1954, após concluir seus estudos no Colégio Osvaldo Cruz, a jovem embarcou em voo para Goiânia, com destino a Anápolis, para cursar Enfermagem.

Formou-se e atuou na área durante anos como enfermeira e também professora. Em 1959, casou-se com Golfier Gomes Monteiro, que partiu há três anos, filho de pequenos fazendeiros do Rio Grande do Sul. Tiverem 3 filhos: Ivone, Hudson e Ronaldo. Aposentou-se no ano de 1992, concluindo 34 anos de intenso trabalho e dedicação.

“Seguiram seu exemplo na área da saúde sua neta Mayara (enfermeira), seu neto Calebe (médico)”, diz Ivone orgulhosa.

Mafalda deixa 3 filhos, 7 netos e 3 bisnetos.

Mafalda ao lado dos filhos. (Foto: Arquivo Pessoal)
Mafalda ao lado dos filhos. (Foto: Arquivo Pessoal)
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