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Comportamento

Aos 69 anos, Jair cria bolsas artesanais para vender no Instagram e Facebook

Há seis meses, ele transformou a arte em uma forma de enfrentar a aposentadoria

Lucas Arruda | 15/10/2017 07:05
Seu Jair faz sozinho toda a confecção das bolsas e só utiliza couro, lona e linha (Fotos: Marina Pacheco)
Seu Jair faz sozinho toda a confecção das bolsas e só utiliza couro, lona e linha (Fotos: Marina Pacheco)

Trabalhar sempre foi algo constante na vida de Jair Ferreira Martins, que hoje está com 69 anos. Começou ainda na adolescência, quando estava com 12 anos. Sua mãe já achou que era hora do garoto trabalhar e conseguiu um emprego para ele numa selaria, onde fazia selas para carroceiros, em Centenário do Sul, no Paraná.

“Naquela época tinha bastante demanda, havia muita gente andando de carroça ainda, carros ainda não eram muito populares”, lembra com entusiasmo. Foram 12 anos fazendo selas para cavalos. Depois disso a demanda diminuiu, os fazendeiros passaram a não utilizar mais carroças e Jair teve que procurar outro emprego.

Assim como os fazendeiros, que começaram a utilizar carros, principalmente, ele também foi para esse mercado, passou a ser vendedor de automóveis. Foram 30 anos nessa profissão até vir a aposentadoria. Mesmo não precisando mais trabalhar ele gostava de ocupar seu tempo e há seis meses o hobby passou a ser um empreendimento.

Ele só faz bolsa para ferramentas, mas pretende ampliar a gama de produtos (Foto: Instagram)
Ele só faz bolsa para ferramentas, mas pretende ampliar a gama de produtos (Foto: Instagram)

Ele criou a página Couro & Lona, no Facebook e Instagram para vender seus produtos. No momento ele fabrica bolsas para o trabalhador do campo carregar suas ferramentas, elas também servem para carregar notebooks, ou ainda para quem trabalha em construção ou reparos de casas. “É uma bolsa muito resistente, não molha, bem difícil de rasgar, aguenta bastante coisa”, afirma.

Todo o processo de criação das bolsas é artesanal. O material utilizado é somente o couro, a lona e a linha para dar os acabamentos finais com costura. E nenhuma parte do processo é feito por outra pessoa, ele faz tudo sozinho e leva até três dias para finalizar uma bolsa. “A única pessoa que me ajuda é meu genro, na divulgação para as mídias sociais. Não quero chamar ninguém para ajudar porque aí tornaria o processo industrial, quero continuar assim, tudo artesanal mesmo”, ressalta.

Seu Jair é minucioso na hora de fazer suas bolsas. Os acabamentos laterais são em couro, ele é bem detalhista na costura e garante fazer tudo com muito carinho e dedicação. “Faço tudo, reviso, para nada ficar fora do lugar e assim não acontecer nenhum problema quando a pessoa estiver fazendo o uso dela. Ela é muito resistente, se bater o carro ela vai ficar intacta”, declara orgulhoso de seu trabalho.

Ele não coloca nem fivelas na bolsa e para fechá-las é utilizado alças de couro. “É bem simples, é só dar um nó e amarrar. Não gosto de utilizar outros materiais porque desgastam mais rápido, aí acaba não ficando bom”, pontua.

Por enquanto ele só faz as bolsas para as ferramentas e fez algumas menores para motoqueiros utilizarem. Para o futuro ele pensa em aumentar o negócio e produzir bolsas para mulheres também. “Ainda é uma ideia, ma se chegar bastante pedidos pretendo fazer sim”, conclui.

Para conhecer o trabalho de seu Jair clique aqui.

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Seu Jair não coloca nem fivelas na bolsa e para fechá-las é utilizado alças de couro
Seu Jair não coloca nem fivelas na bolsa e para fechá-las é utilizado alças de couro
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