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Comportamento

Aos 84 anos, dona Chica fala "vamo" para tudo e encara até descer torre de 100m

Senhorinha virou celebridade no Beto Carrero ao visitar o parque com a família

Paula Maciulevicius | 20/01/2017 06:05
Dona Chica com o neto Lucas. Ele não foi em todos os brinquedos que a avó encarou. (Foto: André Bittar)
Dona Chica com o neto Lucas. Ele não foi em todos os brinquedos que a avó encarou. (Foto: André Bittar)

Dona Chica é de se fazer admirar. Aos 84 anos, não tem convite que ela recuse. A resposta é sempre "vamo", mesmo se a pergunta for a montanha-russa ou descer da torre de 100m de altura. No início deste ano, Francisca Mazali Alves, se tornou celebridade no Beto Carrero, ao visitar o parque com a família. Na fila dos brinquedos, muita gente se espantou de ver a vovó esperando para se divertir. Foram selfies e snaps, além do 'banho' que ela deu na garotada.

Nascida em Promissão, no estado de São Paulo, hoje dona Chica mora em Nova Andradina. "Quase que você não me pega aqui. Estou indo embora amanhã", alertou. Foram férias que Francisca veio passar na casa do filho Djalma e da nora Fabíola. 

"Mas a nossa casa é um pedacinho de ouro. Se você ver, eu tenho um terreno de 800m²", conta a avó. A saudade não é só da moradia, mas dos arredores que trazem a felicidade de estar no lar. O tamanho do jardim daria muito bem para comportar uma montanha-russa. "Eu não tenho dinheiro", brinca e o netinho Lucas, de 6 anos, completa "eu te dou". 

Dona Chica com a família na Big Tower, brinquedo que desce de uma altura de 100m. (Foto: Arquivo Pessoal)
Dona Chica com a família na Big Tower, brinquedo que desce de uma altura de 100m. (Foto: Arquivo Pessoal)

A viagem foi para as praias do Sul do País, com uma parada no Beto Carrero World, onde dona Chica encarou todos os brinquedos. Lucas, o pequeno, se divertiu nos que pode acompanhar a avó. "Ele que não foi em todos com ela, por causa da altura. Ela foi", compara a nora Fabíola Deiss Alves.

Era a primeira vez de dona Chica no parque de diversões. "Não tive medo de nada, nada, nada. Eu adoro altura". As frases saem todas em tom comemorativo, como quem vivia a adrenalina até agora.

"O que eu mais gostei foi um que entra nuns trilhos de ferro e a gente vai num cestinho", descreve. A família interpreta e fala: montanha-russa. Um dos que ela foi duas vezes.

Na fila, não tinha outra pessoa que chegasse perto da idade de dona Chica. "Eu servia de avó para todo mundo", conta. Se tiveram gritos? Dona Chica diz que da parte dela, não. "Só dei graças a Deus do privilégio de estar ali", agradecia.

Na saída da Big Tower, a torra de 100m de altura, um dos brinquedos mais emocionantes do parque, todo mundo quis tirar foto com ela. "Veja só... Pelo que me disseram, virei celebridade, mas eu ainda tenho dificuldade para chegar até lá", diz modestamente.

A felicidade da vovó era da proporção da altura encarada e a motivação de tudo isso vinha lá de trás, muitas décadas antes. "Se eu voltei a ser criança? Acho que sim, quando eu morava no sítio do meu pai, subia os pés de manga e laranja mais altos que tinham para comer fruta. Ai, que gostoso lembrar!", viaja no tempo.

Se de um lado a vovozinha encarava tudo, a molecada fugia de vários brinquedos. "Eu achei uma natureza muito mole para se divertir, muito fraca. Vai lá e fica olhando os outros? Eu não, aproveitei de tudo", narra.

Quando estavam quase para completar os lugares nos brinquedos, dona Chica era convidada a cortar a fila. "Quanto valem 84 anos?" indaga. Ela tinha preferência na diversão.

A mesma disposição para os brinquedos é encontrada facilmente em qualquer resposta. "Eu estou disposta a viajar, qualquer hora estou junto, se me chamarem, claro", avisa.

O dia de diversão passou "voando" para ela. "Foi que nem vento, já saí disposta a começar de novo. Nem desmanchei mala ainda", brinca. Se tiver carona daqui para o parque, ela topa. 

A família não tinha dúvida nenhuma de que ela iria se esbaldar. "A vó é parceira em tudo. A gente fala vamos? E ela 'vamo'", enfatiza Fabíola. Dona Chica explica que não sabe negar nada a ninguém. 

"Minha natureza é assim, estou disposta a ajudar no que a pessoa pedir e aceitar o que me convidarem. De todo jeito, o 'não' é muito difícil e eu sou feliz assim". A próxima viagem ela já tem em mente, mas é segredo. No pé do ouvido que a vovó revela. O destino vai trocar o 'vamo' pelo 'andiamo'. 

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A avó do "vamo". A afirmação é resposta para tudo na vida de Francisca. Na fotografia, ela e a família. (Foto: André Bittar)
A avó do "vamo". A afirmação é resposta para tudo na vida de Francisca. Na fotografia, ela e a família. (Foto: André Bittar)
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