Após 1 ano de luta, medula chegou e Maria finalmente foi para casa
Dos 12 meses de vida, bebê passou maior parte do tempo internada e em isolamento até conseguir transplante
Na entrada da casa simples em Sidrolândia, o silêncio de um ano inteiro se quebrou. Não existia mais o apitar frio dos monitores hospitalares. Era o barulho de risos expansivos e choro de felicidade. No colo do pai, a pequena Maria Rita voltava para casa exatamente no Dia dos Pais, como se o calendário tivesse escolhido a data de propósito. A menina finalmente voltava para casa depois de um transplante de medula e de uma longa batalha pela vida.
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Em apenas um ano de vida, a pequena Maria Rita viveu mais dentro de hospitais do que em casa. A bebê completou o primeiro aniversário internada e passou metade dos seus 12 meses cercada por médicos, sondas e antibióticos. Quando não estava hospitalizada, vivia em isolamento, sem visitas, como medida extrema para proteger a saúde frágil.
O motivo era uma doença rara e grave, a síndrome de Kostmann, também conhecida como neutropenia congênita grave, que compromete o sistema imunológico e transforma qualquer machucado em ameaça de vida.
“Desde que saiu da UTI pela primeira vez, o médico já pediu isolamento 100%. A gente não recebia ninguém, não saía com ela, só para consultas médicas”, conta a mãe, Ingrid Gabriele, de 25 anos.
A luta começou cedo. Com apenas 10 dias de vida, Maria Rita teve um abscesso e infecção no umbigo. Vieram outras internações, bronquite, bactérias hospitalares e quadros graves que deixavam os médicos sem respostas.
“Teve um momento em que os médicos falaram que minha filha era um ponto de interrogação. O rim dela parou de funcionar, colocaram cateter para diálise. Nessa época eu só me apegava a Deus. Era a única coisa que me sustentava”, lembra Ingrid.
O diagnóstico definitivo veio meses depois e só um transplante de medula óssea poderia salvá-la. Sem ele, a expectativa era que a Maria Rita não sobrevivesse além de um ano. Começou então a corrida contra o tempo.
Inicialmente, a família foi orientada a procurar tratamento em São Paulo, mas Ingrid sentia que não era lá que a filha conseguiria. Em meio a busca por resposta, uma conversa com outra mãe mudou tudo. Ela indicou Curitiba, referência no País para transplantes em casos de imunodeficiência.
Foi no desespero de uma madrugada que Ingrid enviou mensagem para uma médica especialista na doença. Horas depois, a profissional respondeu, pediu os exames e, no mesmo dia da consulta, cadastrou Maria Rita no Redome (Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea).
O que parecia improvável aconteceu. Encontraram duas doadoras 100% compatíveis, ambas brasileiras. “Era quase impossível. Foi um milagre”, diz a mãe.
O transplante aconteceu no 29 de abril, em Curitiba. Depois de 111 dias entre hospital e consultas, Maria Rita recebeu alta e voltou para casa no último domingo, justamente no Dia dos Pais. O momento foi registrado em um vídeo emocionante feito por amigos e familiares que prepararam uma recepção para Maria.
“Foi o presente do meu marido e pra toda nossa família. Eu saí daqui sem saber se voltaria com ela nos braços. Ouvi que ela não sairia da UTI, que não passaria de um ano. Ver ela voltando para casa curada foi a promessa de Deus se cumprindo”, resume.
Ainda serão meses de acompanhamento mensal em Curitiba até que o tratamento seja considerado finalizado. Mas, para Ingrid e Rafael, cada dia agora é uma vitória. “A Maria Rita tem um testemunho muito grande. A gente lutou, orou e acreditou. Hoje, poder vê-la em casa é tudo o que eu pedi”, afirma.
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