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Comportamento

Após 1 ano de luta, medula chegou e Maria finalmente foi para casa

Dos 12 meses de vida, bebê passou maior parte do tempo internada e em isolamento até conseguir transplante

Por Clayton Neves | 14/08/2025 06:20

Na entrada da casa simples em Sidrolândia, o silêncio de um ano inteiro se quebrou. Não existia mais o apitar frio dos monitores hospitalares. Era o barulho de risos expansivos e choro de felicidade. No colo do pai, a pequena Maria Rita voltava para casa exatamente no Dia dos Pais, como se o calendário tivesse escolhido a data de propósito. A menina finalmente voltava para casa depois de um transplante de medula e de uma longa batalha pela vida.

RESUMO

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Após um ano de luta contra a síndrome de Kostmann, doença rara que compromete o sistema imunológico, a pequena Maria Rita, de Sidrolândia, voltou para casa no Dia dos Pais. A bebê passou a maior parte de sua vida em hospitais, em isolamento, para proteger sua saúde frágil. A família encontrou duas doadoras de medula óssea 100% compatíveis, consideradas um "milagre" pela mãe, Ingrid.O transplante ocorreu em Curitiba, referência no tratamento da doença. Após meses de internação, Maria Rita recebeu alta e retornou para casa, emocionando familiares e amigos. A família seguirá com acompanhamento médico mensal na capital paranaense. A história de Maria Rita reacende a importância da doação de medula óssea e demonstra a força da fé e perseverança.

Em apenas um ano de vida, a pequena Maria Rita viveu mais dentro de hospitais do que em casa. A bebê completou o primeiro aniversário internada e passou metade dos seus 12 meses cercada por médicos, sondas e antibióticos. Quando não estava hospitalizada, vivia em isolamento, sem visitas, como medida extrema para proteger a saúde frágil.

Após 1 ano de luta, medula chegou e Maria finalmente foi para casa
Maria ao lado dos pais comemorando o sucesso do transplante. (Foto: Arquivo Pessoal)

O motivo era uma doença rara e grave, a síndrome de Kostmann, também conhecida como neutropenia congênita grave, que compromete o sistema imunológico e transforma qualquer machucado em ameaça de vida.

“Desde que saiu da UTI pela primeira vez, o médico já pediu isolamento 100%. A gente não recebia ninguém, não saía com ela, só para consultas médicas”, conta a mãe, Ingrid Gabriele, de 25 anos.

A luta começou cedo. Com apenas 10 dias de vida, Maria Rita teve um abscesso e infecção no umbigo. Vieram outras internações, bronquite, bactérias hospitalares e quadros graves que deixavam os médicos sem respostas.

Após 1 ano de luta, medula chegou e Maria finalmente foi para casa
Menina já está em casa com a família, em Sidrolândia. (Foto: Arquivo Pessoal)

“Teve um momento em que os médicos falaram que minha filha era um ponto de interrogação. O rim dela parou de funcionar, colocaram cateter para diálise. Nessa época eu só me apegava a Deus. Era a única coisa que me sustentava”, lembra Ingrid.

O diagnóstico definitivo veio meses depois e só um transplante de medula óssea poderia salvá-la. Sem ele, a expectativa era que a Maria Rita não sobrevivesse além de um ano. Começou então a corrida contra o tempo.

Inicialmente, a família foi orientada a procurar tratamento em São Paulo, mas Ingrid sentia que não era lá que a filha conseguiria. Em meio a busca por resposta, uma conversa com outra mãe mudou tudo. Ela indicou Curitiba, referência no País para transplantes em casos de imunodeficiência.

Após 1 ano de luta, medula chegou e Maria finalmente foi para casa
Maria Rita passou o aniversário de 1 ano internada no hospital. (Foto: Arquivo Pessoal)
Após 1 ano de luta, medula chegou e Maria finalmente foi para casa
Dos 12 meses de vida, pelo menos metade foi dentro do hospital. (Foto: Arquivo Pessoal)

Foi no desespero de uma madrugada que Ingrid enviou mensagem para uma médica especialista na doença. Horas depois, a profissional respondeu, pediu os exames e, no mesmo dia da consulta, cadastrou Maria Rita no Redome (Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea).

O que parecia improvável aconteceu. Encontraram duas doadoras 100% compatíveis, ambas brasileiras. “Era quase impossível. Foi um milagre”, diz a mãe.

O transplante aconteceu no 29 de abril, em Curitiba. Depois de 111 dias entre hospital e consultas, Maria Rita recebeu alta e voltou para casa no último domingo, justamente no Dia dos Pais. O momento foi registrado em um vídeo emocionante feito por amigos e familiares que prepararam uma recepção para Maria.

Após 1 ano de luta, medula chegou e Maria finalmente foi para casa
Guerreira, bebê lutou pela vida por 1 ano. (Foto: Arquivo Pessoal)

“Foi o presente do meu marido e pra toda nossa família. Eu saí daqui sem saber se voltaria com ela nos braços. Ouvi que ela não sairia da UTI, que não passaria de um ano. Ver ela voltando para casa curada foi a promessa de Deus se cumprindo”, resume.

Ainda serão meses de acompanhamento mensal em Curitiba até que o tratamento seja considerado finalizado. Mas, para Ingrid e Rafael, cada dia agora é uma vitória. “A Maria Rita tem um testemunho muito grande. A gente lutou, orou e acreditou. Hoje, poder vê-la em casa é tudo o que eu pedi”, afirma.

Após 1 ano de luta, medula chegou e Maria finalmente foi para casa
História da família reacende importância da doação de medula. (Foto: Arquivo Pessoal)

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