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Comportamento

Capítulo final de briga na Justiça pode encerrar a história do Clube Libanês

Depois de ter o prédio repassado pela Justiça para pagamento de dívidas, baile foi suspenso e novo proprietário avisa que o prédio está a venda

Thaís Pimenta | 13/11/2018 08:49
Com mais de 70 anos de história, prédio está a venda, ao menos é que o que Abdallah comunica após vencer processo na justiça. (Foto: Arquivo CG News)
Com mais de 70 anos de história, prédio está a venda, ao menos é que o que Abdallah comunica após vencer processo na justiça. (Foto: Arquivo CG News)

Mais um capítulo na história do Clube Libanês se encerra, com a transferência da propriedade para saldar dívidas. O prédio histórico foi repassado pela Justiça à empresa Administra LTDA, do antigo presidente do Clube, o construtor e empresário Abdallah Georges Sleiman. 

O atual administrador do clube, o advogado José Luiz Saad, pretende recorrer. Mas enquanto a decisão não sai, o baile dos idosos, responsável pelo pouco movimento que restava ao prédio nos últimos 18 anos, está suspenso.

José Saad explica que Abdallah entrou na justiça porque, no passado, teria feito o pagamento de “algumas contas do clube” e agora pede "bem mais" em pagamento ao “empréstimo", valor que está em R$ 6.482.997,37.

"Vamos entrar com ação anulatória porque este é um valor irreal. Ele já foi pago, não digo que 100%, mas ao menos 80% deste valor o Abdallah já recebeu com a venda do Clube de Campo do Clube Libanês. Um valor que devia ter sido abatido quando aconteceu a venda. A gente tem ata disso. O cara que passou os cheques para o Abdallah na época está vivo. O Clube de Campo foi vendido para a Igreja Peniel", pontua ele a respeito da venda do antigo prédio que fazia parte do Clube por volta do ano de 1999. 

Conta de água de mais de R$ 34 mil. (Foto: Paulo Francis)
Conta de água de mais de R$ 34 mil. (Foto: Paulo Francis)
Abdallah comenta a situação em entrevista. (foto: Paulo Francis)
Abdallah comenta a situação em entrevista. (foto: Paulo Francis)

Já Abdallah Sleiman garante que estas "algumas contas" são bancadas por ele há 50 anos, porque teria feito uma promessa pessoal a seu pai. De acordo com o senhor de mais de 80 anos, o prédio quase enfrentou 5 leilões, e em todas estas oportunidades era do bolso de Abdallah que saía o dinheiro.

"Isso é uma responsabilidade do presidente do Clube. O primeiro anúncio de leilão aconteceu faz 15 anos e eu pagei 96 mil para manter o Clube conosco. De lá, pra cá foram mais 4 vezes, pelo menos, e o valor só aumentava", pontua.

Ainda segundo ele, todos estes processos estão anexados nao processo e, recentemente, além das dívidas comentadas, como o pagamento do IPTU do prédio avaliado em "R$ 178 mil", como pontua, Abdallah descobriu ainda uma dívida de R$ 34.914,00 com as Águas Guariroba.

Certidão de emissão de posse dada a Abdallah.
Certidão de emissão de posse dada a Abdallah.

A respeito do baile, a advogada de Abdallah, Marline Kalache, diz que seu cliente chegou a considerar manter a festa quando foi procurado pessoalmente pela coordenadora do baile, Ruth Ribeiro, mas dias depois recebeu notificação sobre ação judicial da mesma e mudou de ideia. "O clube já estava penhorado quando Saad e Ruth fizeram o contrato do baile. Então é um contrato que não é válido", explica Marline.

José Saad rebate as contas e diz que ano passado o Clube Libanês precisou atualizar a documentação para manter-se aberto, com novos alavarás, e foram gastos "quase 100 mil reais entre tudo” para regularizar a situação.

Ele garante que se mantém a frente do Clube há 15 anos porque sonha em poder abrir uma sede fora da cidade. "É muito triste vê-lo (o clube) abatido por um fogo amigo”, finaliza.

Sem desanimar, Ruth e José são taxativos ao afirmarem que reabrem a casa para os bailes no próximo domingo (18). “A Ruth tem contratos de aluguel com o clube, isso é ilegal. Eu vou primeiro colocar a Ruth ali dentro de volta e vou conseguir abater a dívida”, garante.

Já Abdallah é firme ao dizer que o prédio está à venda e que assim que receber uma boa proposta não deixará a comunidade órfã de espaço. "Eu quero abrir um salão de festas para a comunidade continuar se reunindo", conta ele.

Ele afirma que não está lutando por dinheiro, mas porque já teve dor de cabeça demais com esta longa história. "Se você perguntar para qualquer pessoa da cidade, todo mundo me conhece, eu não devo um centavo a ninguém. Sempre estive presente no Clube pela história da minha família".

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