Cervejaria é cenário perfeito para casamento lindo, emocionante e super animado
O difícil foi encontrar fornecedores, em Campo Grande, que topassem fugir do padrão e entender a proposta dos noivos, sem ostentação
Por muitos anos, Paulinha Maciulevicius escreveu aqui no Lado B histórias lindas reveladas em cerimônias de casamentos. Mas no fim de semana, o dia foi dela. Paula e Guilherme reuniram poucos amigos no domingo (19) para celebrar o amor e emocionaram, justamente, por isso. Escolheram um lugar simples, transformado pela delicadeza e significado de cada detalhe.
A cerimônia e a festa ocorreram dentro de uma cervejaria, lugar onde os noivos começaram a namorar e mesmo endereço de um anúncio que mudou definitivamente a vida dos dois: a chegada do primeiro filho, Otto.
Do convite enviado pelo Whatsapp, até o último gole de cerveja artesanal com os convidados, tudo surpreendeu pelo bom gosto e sensibilidade. "O lugar representa muito para gente, as pessoas mais próximas sabem que a nossa história começou lá. O lugar agrada pela essência, é um espaço que nos aproxima, a gente sente como o quintal da nossa casa", explica o noivo Guilherme Maciulevicius Mungo Brasil, que agora também tem o sobrenome da esposa.
O local escolhido foi a cervejaria Pantanal Growler, na rua Paraíba, conhecida por vender cerveja artesanal a granel. O espaço não tem nada de glamouroso ou sofisticado. Os donos foram apenas dando funções ao terreno gramado que abriga um container, uma caminhonete antiga de 1973, varal de luzes e grafites. Mas nunca foi pensado em agradar quem sonha com um grande casamento.
Por isso, a escolha virou um desafio, não para os proprietários, mas para os noivos que bateram muita perninha até achar fornecedor que entendesse a "maluquice" deles. Também não houve pesquisas de preços, o único objetivo era encontrar pessoas que estavam dispostas a fugir do padrão e valorizar tudo que a cervejaria tem.
"A gente queria manter esse ar de quintal. Mas foi muito difícil encontrar fornecedor, especialmente, para decoração. Todo mundo queria tapar o lugar todo com pano e descaracterizar completamente. A gente demorou, fez reuniões, para achar alguém que entendesse a proposta e abraçasse a ideia", conta o noivo.
Quando finalmente conseguiram, o resultado foi uma decoração simplesmente linda, charmosa, sem grandes interferências, flores e brilhos. Os decoradores resolveram manter à vista de todos as pinturas no container e, principalmente, o Ford F 75, que virou palco para o DJ que animou convidados até os últimos minutos de evento.
Paulinha também surpreendeu os convidados na sua chegada. Pontualmente, entrou na cerimônia carregando o filho Otto, de 5 meses, até o altar. "Todo mundo questionava sobre o buquê, eu brinco que entrei com meu melhor buquê, meu bebê e meu filho que amo tanto".
A cerimônia não seguiu com protocolos convencionais e nem com inúmeros padrinhos no altar. Foram apenas alguns minutos de palavras da juíza de paz Neide Daud, que oficializou a união e deu espaço aos votos dos noivos. Ter a chance de Neide no casamento também não foi uma tarefa fácil, conta Paula. "Ela não costuma fazer casamentos no fim de semana. Mas quando falamos a nossa proposta, ela abraçou a ideia. Inclusive, a escolhemos porque existem juízes de paz que, normalmente, são vinculados a igrejas conservadoras e acabam fazendo uma pregação, não queríamos isso e Neide nos entendeu".
Depois do sim e das palavras que deixaram os convidados emocionados, Paulinha e Guilherme fizeram jus ao convite, mantiveram o melhor sorriso e brindaram com cerveja artesanal aquele momento.
Nada de taça, a boa ideia foram as canecas de vidro, fáceis de segurar e que mantém por mais tempo a cerveja geladinha. Garçons passavam pela pista com growlers servindo a bebida e o buffet no estilo "Finger Food" também fez toda diferença para unir os convidados. Com comidinhas e petiscos que se come com as mãos, quase não houve a necessidade de talheres. Por isso, ninguém precisou ficar levantando para servir prato e nem saiu passando mal de tanta comida.
Para ninguém ficar sentado sem curtir, os noivos escolheram aproximar as pessoas. Haviam apenas duas mesas comunitárias que foram reservadas para as famílias, o restante foi mesa bistrô que serviu apenas para acomodar o copo e um descanso breve, porque no resto da noite todo mundo quis aproveitar a pista.
"O que deixou o lugar especial e com essa atmosfera, é que não foi um lugar impessoal, e a gente conseguiu passar isso para os convidados. Também escolhemos pessoas especiais para estarem com a gente e entrar no clima".
Paula e Guilherme também deixaram os convidados à vontade no quesito traje. "As pessoas não precisaram de uma super produção. Desde o convite, o pedido foi para que cada convidado vestisse o seu melhor sorriso, sem obrigação de salto alto, gravata ou terno. Era para celebrar da forma mais natural".
Partindo da ideia de deixar o ambiente casável, sem muitas intervenções, Paula e Guilherme dançaram, sorriram, abraçaram, se beijaram, tudo isso sem perder um minuto se preocupando com detalhes que deveriam dar certo naquela noite. "Sobrou espaço para todo mundo dançar, se divertir e celebrar com a gente. Era o que eu sonhava", diz Paula.
Depois de uma cerimônia linda e rodeada de elogios, a lição que fica é de que menos é mais. "Acho que se as pessoas passassem a se importar mais em curtir a festa do que oferecer formalidades, o momento se tornaria muito mais especial. Porque passa tão rápido, tão rápido, que se você não faz uma festa para você curtir com seu noivo e as pessoas que você ama, o seu dia perde todo o sentido", finaliza Paulinha.