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Comportamento

Com a mesma idade de Caio, pé de acerola é árvore da vida de Vitória e do filho

Quando soube que seria mãe, Vitória viu a vida desabar, mas hoje diz que maternidade a salvou

Thaís Pimenta | 14/09/2018 07:55
O pé fica ao lado do quarto de Vitória e de Caio justamente pra que eles possam olhar pra ele sempre. (foto: Acervo Pessoal)
O pé fica ao lado do quarto de Vitória e de Caio justamente pra que eles possam olhar pra ele sempre. (foto: Acervo Pessoal)

Quando Caio completou dois meses e oito dias, Vitória Ribeiro, a mãe, plantou um pé de acerola nos fundos de casa para a árvore crescer junto com o filho, na mesma velocidade que só mesmo a vida é capaz de ditar. A aceroleira e o menino terão pelo resto dos dias uma ligação e, quando o pé começar a dar frutos, a mãe quer sentar com o filho e ficar sob a sombra da árvore, saboreando as frutinhas junto de Caio.

Junto do pé da fruta, Vitória plantou também a placenta para, de acordo com ela, devolver à natureza a benção de ter tido um gestação saudável, a quantidade de leite ideal para alimentar Caio, e por hoje poder vê-lo com saúde. Por isso, a jornalista batizou a aceroleira de árvore da vida, e a colocou pertinho do quarto dos dois, para acompanhar seu crescimento, assim como faz com o filho. 

"Ali está um pedacinho meu e dele, é especial. Enquanto plantava, fiz uma oração, estava junto de minha mãe, uma mulher que eu descobri minha grande parceira depois de Caio nascer. Me emocionei porque lembrei do dia que meu bebê nasceu enquanto eu plantava. Não posso deixar de agradecer pela sua infinita perfeição. Pela saúde e vitalidade do Caio. E pelas ricas acerolas", conta ela.

Aceroleira tem mesma idade do pequeno Caio. (foto: Acervo Pessoal)
Aceroleira tem mesma idade do pequeno Caio. (foto: Acervo Pessoal)

Vitória faz parte de uma imensa porcentagem de mulheres que tiveram uma gravidez indesejada. Ela não programou para ser mãe, simplesmente aconteceu. 

"Nunca vou me esquecer do dia em que eu descobri. Estava num exame de rotina, fazendo um ultrassom, e eu já consegui ouvir o coração dele. Foi um choque. A partir dali eu passei a ter medo do que estava por vir, medo de ter que ser exemplo pra outra pessoa, de ficar gorda, de ter estrias, de ter a responsabilidade de criar um ser", conta ela.

Sendo sincera, ela diz que até mesmo a barriga foi difícil de aceitar. "Era muita coisa acontecendo, muito sentimento misturado. Eu estava prestes a enfrentar o trabalho de conclusão de curso na faculdade. Mas eu acho que a gente quando aceita e entende a maternidade consegue lidar com ela de uma maneira melhor". 

Tudo mudou na cabeça da mãe quando ela ouviu o primeiro sinal de vida do filho: o chorinho de boas vindas ao mundo. "Foi o momento em que eu renasci. Parece romântico dizer, mas é verdade. Ali eu perdi a insegurança mesmo notando que os medos passaram a ser mais reais, deixei o egoísmo de lado para dar lugar a nós dois".

Vitória viu sua vida mudar depois de gerar seu filhote. (Foto: Valentim Manieri)
Vitória viu sua vida mudar depois de gerar seu filhote. (Foto: Valentim Manieri)

Quem viu a Vitória antes de ser mãe não a reconhece na mesma mulher, isso porque a maternidade, realmente, a mudou. "Se eu soubesse como seria esse sentimento eu provavelmente não teria sofrido tanto".

O ato de plantar a placenta talvez seja uma forma que a mãezona encontrou de retribuir a seu filho todo o amor que não conseguiu transmitir a ele enquanto Caio estava em seu ventre. 

"Tenho noção da dimensão das mudanças. Sei que hoje sou outra pessoa. Não sei se é assim com toda mãe mas comigo é. É algo bem forte mesmo.  Só posso dizer o mesmo clichê que ouvi a vida toda: quando você for mãe vai me entender", completa ela.

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Mal sabia Vitória da força que carregava dentro de si. O seu fruto, Caio, a fez renascer. (foto: Valentim Manieri)
Mal sabia Vitória da força que carregava dentro de si. O seu fruto, Caio, a fez renascer. (foto: Valentim Manieri)
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