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Comportamento

Com dias contados em laboratório, Gordinha precisa de um lar

Dócil e muito carinhosa, a gata foi diagnosticada com a AIDS felina e precisa ser adotada

Letícia Ávila | 20/03/2021 07:39
Gordinha precisa de um lar para receber tratamento e amor (Foto: Arquivo Pessoal)
Gordinha precisa de um lar para receber tratamento e amor (Foto: Arquivo Pessoal)

Em meio a tantos gatinhos abandonados nas ruas e bairros de Campo Grande, Gordinha encontrou amor e cuidado no Instituto de Química da UFMS. Uma história bonita mas com muito sofrimento: Gordinha foi diagnosticada com a “AIDS felina”, a FIV (vírus da imunodeficiência felina). Com a doença, ela precisa ter todos os dentes arrancados. Por isso, hoje ela precisa de um lar onde possa ter uma qualidade de vida, carinho e amor.

A gata que tive o nome ganho pelo seu “porte aparentemente avantajado”, vive perto do Laboratório PRONABio há cerca de um ano e meio. O mestrando em Química Carlos Totini acredita que ela foi abandonada dentro da universidade. “Ela é uma gata muito dócil, calma e super carinhosa. É paparicada por todos que passam por ela, até quem não é chegado em felinos”.

Gordinha, que adora um carinho embaixo do pescoço e vai até no colo das pessoas, começou a ter problemas de saúde. A mestranda Valéria Gonçalves percebeu que ela não comia nada. “Ela tinha emagrecido muito e fiquei desesperada. Levei tudo quanto é ração para ela e nada dela comer. Aí eu vi que ela tentava comer, mas grudava no dente dela e ela parava de tentar. Parecia que ela estava sentindo dor enquanto tentava comer”.

A mestranda resolveu levar Gordinha até o Hospital Veterinário da Universidade, foram constatadas duas doenças sem cura: a FIV e a FeLV. “São doenças comuns em gatos de rua. Quando deu positivo, fiquei arrasada, pois além dos cuidados eu não poderia fazer nada por não ter cura”.

Gatinha é tão dócil que gosta até de ir ao colo das pessoas (Foto: Arquivo Pessoal)
Gatinha é tão dócil que gosta até de ir ao colo das pessoas (Foto: Arquivo Pessoal)

Os nomes parecem complicados, mas são siglas: imunodeficiência felina (FIV) e leucemia felina (FeLV). As doenças, assim como a AIDS e o câncer humano, diminuem a imunidade do animal e ele fica mais propenso à infecções secundárias. “Ficamos muito chateados e tristes quando descobrimos que a Gordinha estava com as doenças”, completa Carlos.

Todo mundo se mobilizou para trazer conforto para a gata, que sentia muita dor pela inflamação na gengiva. Carlos reflete que o diagnóstico foi cruel, mas importante para a saúde da gata: será preciso retirar todos os seus dentes. “É muito triste ver ela sofrendo. Ela está sendo medicada para o alívio da dor, porém a medicação piora sua imunidade diante dos vírus”.

Com um histórico de luta, abandono e muito amor pra dar, um lar é o que pode ajudar Gordinha hoje a ter mais qualidade de vida. “Eu, minha namorada e outros colegas logo vão se formar e sair da faculdade, e a Gordinha vai ficar sozinha. Por isso, precisamos achar um lar para a bichinha”.

Gordinha tem a AIDS felina, comum em gatos de rua (Foto: Arquivo Pessoal)
Gordinha tem a AIDS felina, comum em gatos de rua (Foto: Arquivo Pessoal)

“Ela é uma gatinha muito tranquila, nunca pulou em nada aqui dentro, quase não mia, apenas quando quer comida”. Além do cuidado, carinho e amor para a felina, a adoção responsável é mais do que necessária pelos cuidados relacionados à doença.

Bichanos com FIV precisam ser “filhos únicos” ou adotados por donos que já possuem outro gato com a doença, pois ela é contagiosa. “Porém, a doença só é transmitida para gatos, então quem adotá-la pode ficar tranquilo pois não transmite nem para humanos nem para outros animais”, ressalta Valéria.

Quem tiver interesse em adotar Gordinha, pode entrar em contato pelo telefone (66) 99624-8559 (Valéria).

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