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Comportamento

Depois da separação, eles se fizeram ainda mais presentes na vida dos filhos

Paula Maciulevicius | 10/08/2014 07:12
Mais de 10 anos depois da primeira separação, hoje a família de Paulenir conta com mais uma preciosidade, além de Ana Carolina e Guilherme Luís, Camilinha, de 5 anos é a irmã mais nova. (Foto: Marcelo Victor)
Mais de 10 anos depois da primeira separação, hoje a família de Paulenir conta com mais uma preciosidade, além de Ana Carolina e Guilherme Luís, Camilinha, de 5 anos é a irmã mais nova. (Foto: Marcelo Victor)

Depois da separação, eles demonstram que o prefixo "ex" não se encaixa aos filhos. Colocado à frente das palavras, ele muda o sentido e deixa explícito o que já foi e hoje pertence a um passado. Na gramática e no dia a dia, pode existir ex-mulher, mas nunca ex-filho. Neste Dia dos Pais, o Lado B foi atrás de personagens que ficaram ainda mais presentes na vida dos filhos depois que o casamento chegou ao fim e até levam à Justiça o desejo de permanecerem com os pequenos. 

Aos 26 anos, o publicitário Ricardo Barbosa passa os finais de semana com a filha. Sarah tem 6, um sorriso lindo e a ideia de que o jovem ao lado dela é um pai que cresceu sem nunca ter deixado de ser criança. Os dois viveram juntos sob o mesmo teto até ela completar 1 ano e meio, depois disso o cotidiano entre eles se resumiu aos finais de semana, mas nem por isso deixaram de ser intensos. "Houve a separação, mas eu sempre estive ali, desde que ela nasceu, somos muito apegados e a gente sente muita falta, é o que pesa na hora de separar", pontua.

Sarah tem 6, um sorriso lindo e a ideia de que o jovem ao lado dela é um pai que cresceu sem nunca ter deixado de ser criança. (Foto: Arquivo Pessoal)
Sarah tem 6, um sorriso lindo e a ideia de que o jovem ao lado dela é um pai que cresceu sem nunca ter deixado de ser criança. (Foto: Arquivo Pessoal)

Na tentativa de compensar a ausência da semana, Ricardo dá à menina toda liberdade para brincar. A agenda também é dedicada exclusivamente à Sarah, sem deixar qualquer compromisso, seja social ou de trabalho, riscar o nome da filha. "As pessoas falam que acham engraçado a forma como eu lido com ela. Eu faço tudo o que eu posso e até o que não posso", explica.

De sexta a domingo, Sarah fica com o pai, brinca, vai ao shopping, cinema, assiste filmes e principalmente, escolhe o cardápio do almoço de domingo. "A gente sai de manhã para ir ao mercado e comprar o que ela quer comer no café", descreve o pai. O programa é o mesmo há anos em todas as primeiras horas de sol dos domingos.

Sem ver a dedicação à filha como sacrifício, ele comenta que carrega um histórico peculiar de relacionamentos. "Não dura mais que três meses, porque começa a querer disputar os finais de semana com a Sarah, mas não tem coisa mais importante e valiosa do que ela", deixa claro.

Sobre o reconhecimento que a filha possa ter futuramente, ele avalia que a menina já reconhece pelo menos a cumplicidade entre os dois. "Talvez ela não entenda, mas já reconhece. Eu sou apaixonado por ela desde o primeiro momento e serei para o resto da vida. Ser pai é presente divino, tem ex-mulher, mas ex-filho, nunca. Filho vai ser para a vida inteira".

Depois de três anos da separação, pai resolveu procurar à Justiça e manifestar o desejo de compartilhar a guarda dos filhos mais velhos. (Foto: Marcelo Victor)
Depois de três anos da separação, pai resolveu procurar à Justiça e manifestar o desejo de compartilhar a guarda dos filhos mais velhos. (Foto: Marcelo Victor)

A guarda - Ao se separar em 2002, o empresário Paulenir Nogueira de Barros, já tinha apego aos filhos. O carinho e a proximidade eram rotina da família desde o nascimento. A menina tinha só 2 anos, o irmão estava para completar 7 e na contramão dos casos que se vê por aí, ainda mais 12 anos atrás, era ele quem praticamente criava os dois.

Desde fraldas, mamadeiras, reuniões de escola, por para dormir, acordar, fazer coque no cabelo e assistir apresentação de balé, tudo se resumia ao pai. "Devido a idade das crianças eu não abri mão, eles já ficavam muito comigo. Na prática era comigo, na teoria com a mãe", descreve.

Depois de três anos da separação, ele resolveu procurar à Justiça e manifestar o desejo de compartilhar a guarda. A alternância de lares, como era o caso, significava sofrimento para os filhos. Corajoso, ele insistiu mesmo tendo ouvido "não" de advogados. "É automático os filhos ficarem com as mães, só não fica em casos extremos", recorda. Este foi um dos conselhos que ouviu de quem o desanimou. 

A guarda compartilhada significava dividir a responsabilidade de criar os filhos entre o pai e a mãe. O processo levou cinco anos até que a decisão do juiz fosse surpreendente. "O resultado foi de inversão, o juiz determinou que eu ficasse com a guarda. Fui pego de surpresa, mas era uma extrema felicidade, independente do tipo de guarda, você ser pai é um dom, uma vocação, como você escolhe a sua", compara.

De fato é verdade, além de ser o que hoje é denominado popularmente de "pãe", Paulenir ainda causa espanto aos conhecidos e frequentemente ouve a pergunta 'mas eles ficaram com você mesmo?' A resposta é uma só: "Eu não vivia sem os meus filhos". Hoje a família conta com mais uma preciosidade, além de Ana Carolina e Guilherme Luís, Camilinha, de 5 anos é a irmã mais nova. 

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