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Comportamento

Depois de 40 anos, grupo se reúne para recordar infância da escola Vila Sésamo

Thaís Pimenta | 29/10/2018 08:36
Glorinha e Adna. (foto: Kisie Ainoã)
Glorinha e Adna. (foto: Kisie Ainoã)

O encontro já devia ter acontecido durante os quase 40 anos que os alunos das primeiras turmas da antiga escola Vila Sésamo estavam ocupados tocando as próprias vidas. Depois de 6 meses de ajustes, de marca e desmarca, finalmente os amigos puderam juntar a maior parte do antigo grupo para tomarem, juntos, um café, na tarde da última sexta-feira.

A nostalgia dos tempos de criança, uma das épocas mais felizes para eles, tomou conta do papo repleto de memórias compartilhadas e, claro, de saudade de um tempo que já não volta mais. Maria da Gloria Paim Barcellos, chamada até hoje de Tia Glorinha, a dona da escola Vila Sésamo e a segunda mãe de muitos deles, também esteve presente no reencontro.

Muito emocionada com a oportunidade de vê-los como pais e mães de família, ela se disse grata com o convite. "Vi muito deles pequenos, no maternal ainda. Fui eu quem os alfabetizei e digo até hoje que essa é uma herança que ninguém nunca vai tirar deles. Como alfabetizadora, vivendo este momento tão especial, só confirmo que meu ofício é lindo e que se uma criança aprende a ler, escrever, sonhar e conquistar o mundo a escola já fez seu papel".

Tatiana, Adna, Clarissa e Graziela dando uma conferida nas fotos antigas. (foto: Kisie Ainoã)
Tatiana, Adna, Clarissa e Graziela dando uma conferida nas fotos antigas. (foto: Kisie Ainoã)

A Vila Sésamo foi uma escola da Capital que abriu as portas lá pelo ano de 1977, como relembra Glorinha, e esteve em funcionamento durante 14 anos. Juntos, os alunos e a Vila Sésamo cresceram, já que a diretora e dona precisava incluir novas séries a pedido dos pais. "A gente começou tendo só o jardim, mas conforme as crianças avançavam de ano os pais pediam pra gente continuar com elas, e tive que estender até o 4º ano".

Tendo como método de ensino o Montessori, a escola foi pensada para ser como uma casa para as crianças, por isso muitas memórias positivas foram vividas no antigo prédio. 

"Eu me lembro de aprender a escrever as letras do alfabeto com uma bacia de areia. A gente ia passando para os coleguinhas, era bem interativo, engraçado que essa imagem não sai da minha cabeça", diz a ex aluna que hoje é arquiteta, Jane Mandetta.

Abraços de quem não se via a 40 anos. (foto: Kisie Ainoã)
Abraços de quem não se via a 40 anos. (foto: Kisie Ainoã)
Reencontro aconteceu cerca de 40 anos depois de terem estudado juntos na escola Vila Sésamo. (Foto: Kisie Ainoã)
Reencontro aconteceu cerca de 40 anos depois de terem estudado juntos na escola Vila Sésamo. (Foto: Kisie Ainoã)

Histórias engraçados, como quando todos pegavam piolho juntos, fizeram a galera cair na gargalhada lembrando de quando Glorinha passava veneno na cabeça da criançada, deixava fazer efeito por um tempo, e depois todo mundo tomava banho de mangueira junto no pátio da escola.

"Chegava em casa limpinho e sem piolho, imagina só! Eu só não sei como a gente está vivo hoje para contar essa história e como que nosso cabelo não caia com o veneno", brinca Tatiana.

Para a jornalista, são os banhos de mangueira coletivos a memória mais forte daqueles dias sem preocupação. "Tinha muita confiança. Lembro que eu não gostava de cortar as unhas em casa, minha mãe mandava um bilhete na agenda e as professoras cortavam minhas unhas, pra você ver".

Na foto, as salas de aula.(foto: Kisie Ainoã)
Na foto, as salas de aula.(foto: Kisie Ainoã)

As formaturas no teatro Dom Bosco e as festas organizadas pela Vila Sésamo paravam a cidade na época. Para a festa junina, por exemplo, Glorinha alugava charretes para os alunos entrarem na "cerimônia do casamento". "Era um acontecimento para gente e lembro que a cidade toda ficava curiosa também. A imagem de nós dentro da charrete não sai da minha cabeça, parece que foi ontem", pontua Graziela Napi.

Os passeios para a fazenda Rancheira, os piqueniques feitos por lá, o pula pula de corda nos intervalos e até mesmo uma viagem de trem para a Bolívia hoje são recordações nostálgicas de um colégio em que todos ali formavam uma grande família. 

Por ser pequeno, as professoras e a própria Glorinha, tinham controle e uma proximidade com os pais dos alunos, coisa que hoje dificilmente acontece."A gente chegou a dar a aula para os pais, que na verdade era um momento em que sentávamos com os pais para conversar sobre seus filhos, sobre o futuro da escola e como aquilo poderia ser bom para as crianças", lembra Gloria. 

O antigo uniforme.
O antigo uniforme.

Mas reviver estes momentos só foi possível porque Silvia organizou e movimentou os amigos depois de encontrar por acaso com Clarissa num aniversário. "Eu revivi todos estes momentos em minha cabeça e decidi que era hora da gente se reencontrar, saber como cada um estava", pontua.

Pouco a  pouco os contatos foram aparecendo e hoje no grupo são 21 pessoas, dividindo as recordações daquele momento. "Este foi o primeiro encontro que conseguimos reunir bastante gente, e que tia Glorinha esteve presente", de lá os amigos já marcavam um churrasco para continuar a conversa que parece não ter fim.

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Glorinha, Klaus e Josué. (foto: Kisie Ainoã)
Glorinha, Klaus e Josué. (foto: Kisie Ainoã)
Fotos são as recordações físicas do passado. (foto: Kisie Ainoã)
Fotos são as recordações físicas do passado. (foto: Kisie Ainoã)
No passado eles tinham 4 aninhos ou pouco mais, hoje são mães e pais de família. (foto: Kisie Ainoã)
No passado eles tinham 4 aninhos ou pouco mais, hoje são mães e pais de família. (foto: Kisie Ainoã)
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