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Comportamento

Depois de assalto, Alex ganha celular da turma para matar a saudade da família

Alex deixou sua cidade na África para estudar Odontologia em Campo Grande (MS) e foi surpreendido pelos colegas de sala

Thailla Torres | 28/03/2019 06:35
Alessandro ganhou celular novo após ser assaltado próximo a universidade. (Foto: Arquivo Pessoal)
Alessandro ganhou celular novo após ser assaltado próximo a universidade. (Foto: Arquivo Pessoal)

Para ajudar um colega de sala, após um assalto na semana passada, uma turma do primeiro semestre de Odontologia da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) fez uma surpresa.

Alessandro Silva, de 18 anos, chegou ao Brasil há 2 meses depois de sair de Cabo Verde, na costa da África, para conquistar o diploma. A caminho de casa, depois da jornada de estudos, ele foi surpreendido por dois assaltantes que levaram seu celular.

Triste com a violência e sem conseguir conversar com a família, Alessandro admite que pensou em desistir. “Eu fiquei muito desanimado e com vontade de ir para casa”, disse ao Lado B.

Sensibilizado com o colega, alunos e três professores se mobilizaram para a compra de um novo aparelho. A princípio cada aluno doou R$ 10,00. Com o passar dos dias, o valor foi aumentando e, com ajuda dos professores, foi possível comprar um novo celular.

Alessandro estava na sala de aula, nesta quarta-feira (27), quando uma aluna se posicionou na frente do quadro e falou da sua situação. Segundos depois ele recebeu o abraço e o celular de quem se importou com sua dor em ficar longe de casa. “Foi uma grata surpresa e fiquei muito feliz por eu não conseguia mais falar com a minha família”.

Ele chegou à universidade através do Programa de Estudantes-Convênio de Graduação (PEC-G) que oferece a alunos de outros países a chance de realizar os estudos de graduação em instituições de Ensino Superior brasileiras.

Alessandro conta que escolheu a área da saúde pelas chances no mercado de trabalho em seu país. “Minha primeira opção era direito, mas uma tia me explicou a chances que eu teria e escolhemos Odontologia, já estou gostando”, explica.

Quando pegar o diploma, após cinco anos, Alessandro deve voltar para a casa. “Por enquanto só vou nas férias visitar minha família e agora matar a saudade pelo celular”.

Na universidade ele disse que tem sido bem recebido pelos colegas, apesar do comportamento diferente da África. “Aqui as pessoas são mais fechadas. Mas eu me dou bem com todos e onde chego todos conversam comigo. Isso me deixa mais feliz”.

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