Depois de dias internado, paciente vira notícia em sessão de terapia ao ar livre
Hoje o Lado B abre a série "Pequenos Gestos", com histórias que não precisam viralizar na internet para acalmar o coração
Entre tantas polêmicas e caos, a relevância das matérias jornalísticas sempre são questionadas. Mas o Lado B é este espaço que defende pautas onde nem todos enxergam notícia. E a gente gosta assim, da simplicidade que transforma qualquer pessoa em personagem. Por isso, o canal abre a série "Pequenos Gestos", com histórias de gente que coloca aquela gotinha d'água todos os dias no mar, nessa nossa vida normalmente tão sem fé na humanidade.
A psicóloga Fernanda Delmondes Gimenez, 26 anos, é uma dessas pessoas. Ela protagonizou uma cena que não viralizou na internet, mas que é digna de uma boa reflexão. A postagem dela no Facebook teve apenas um compartilhamento, pouco mais de 160 curtidas e 20 comentários até o fechamento deste texto. Contudo, Fernanda foi dormir em paz e com um sorriso especial no rosto.
Era para ser só mais um dia de trabalho, com a mesma rotina de atendimento no Hospital do Câncer Alfredo Abrão. Quando Fernanda chegou para atender o paciente que estava há muitos dias internado e sem sequer ver a luz do Sol, ela decidiu que aquele seria um momento diferente para os dois.
A psicóloga ponderou a situação da saúde do paciente e dentro de todos os cuidados o colocou em uma cadeira de rodas e o levou para o pátio do hospital, onde os dois embalaram uma conversa respirando o ar puro de céu aberto.
Um gesto simples, mas que, com certeza, fez a diferença no dia dos dois. E não é dessas pequenas riquezas que construímos a tal felicidade?
"Nunca sabemos como será o fim da trajetória do adoecimento, mas ao enfatizarmos que estaremos caminhando juntos, dando o nosso melhor é possível diminuir a sensação de medo e solidão", diz Fernanda.
O momento foi registrado por uma colega de trabalho, a técnica de enfermagem Jéssica Gonzaga, que de longe se comoveu com a quebra da rotina que Fernanda proporcionou ao paciente.
"O encontro com cada paciente sempre se dá de forma única, e este foi sublime. Me sinto grata por ele compartilhar comigo a suas particularidades e me enriquecer um pouquinho mais. Paz foi que eu senti", relata a psicóloga.
Não estamos noticiando um gesto heroico ou extraordinário. Mas ressaltando o quão importante são as gentilezas dos dia a dia para que a vida se torne mais leve e harmoniosa.
Você tem uma boa história desses detalhes que muitas vezes passam despercebidos? Conta pra gente. E nos ajude a espalhar gentilezas por aí!
