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Comportamento

Depois de sentir piores dores por 4 dias, cicatriz virou tatuagem "eu sobrevivi"

Paula Maciulevicius | 11/08/2015 06:11
O apêndice estava supurado e Henrique corria o risco de infecção. (Foto: Marcos Ermínio)
O apêndice estava supurado e Henrique corria o risco de infecção. (Foto: Marcos Ermínio)

Foram quatro dias de dor intensa que só quem passou sabe o quanto incomoda. No final do ano passado, o estudante de Artes Cênicas, Henrique Minante, de 21 anos, sofreu até descobrir que o que sentia não era infecção urinária e nem pedra nos rins, mas sim apendicite. No último sábado, as cicatrizes se misturaram à frase "I survived". A tatuagem foi para gravar na pele o sentimento dele desde então, de que sobreviveu.

As dores começaram no dia 27, Henrique conta que foi até o posto de saúde e saiu com diagnóstico de infecção urinária. Nos dias seguintes, ele retornou e os médicos suspeitaram de pedra nos rins, até que exames apontaram para a possibilidade de ser apendicite.

Motivo impressionou a tatuadora Nana.
Motivo impressionou a tatuadora Nana.

"Quando cheguei no hospital para ver o que era, já me diagnosticaram e eu tive que operar com urgência", lembra o estudante. O dia já era 31 de dezembro.

O apêndice estava supurado e Henrique corria o risco de infecção. A cirurgia durou 4h30 e rendeu duas cicatrizes, uma para a retirada do apêndice e a outra para que os órgãos fossem 'lavados'.

"A diagonal é do apêndice e a outra, acima do umbigo era para limpar e evitar infecção. Foi tudo na mesma hora", descreve.

Ao acordar da cirurgia, no dia 1º de janeiro, é que ele se deu conta da gravidade. "Minha barriga estava toda imobilizada, com um curativo enorme. E eu cheio de drenos e soro", recorda.

Foram dois dias sem levantar da cama, oito sem comer e quatro meses de licença devido ao ritmo de trabalho.

À época Henrique trabalhava com crianças no Ceinf. "Querendo ou não, eu tinha que levantar e abaixar para falar da altura deles", relata.

De início, Henrique não gostava das marcas que carregaria no corpo para sempre. A primeira ideia era de tatuar para cobri-las, mas o tempo provou que as cicatrizes era um sinal de que ele havia sobrevivido.

"Aí resolvi tatuar alguma coisa sobre isso, vi algumas frases e um dia li "Eu sobrevivi", explica. Em inglês a frase é a que ele encarou no estúdio de tatuagem Beauty Queen Tattoo.

A frase chegou a impressionar a tatuadora Nana Almeida, de 21 anos. Trabalhando com tatuagem há 4, ela nunca tinha se envolvido numa história dessa forma, a ponto de se sentir honrada em poder escrever o final feliz de uma apêndice estourada por três dias. "Eu me senti parte da história dele e eu passei a minha vida toda ouvindo que se estourasse o apêndice, era difícil sobreviver", conta Nana.

A sessão durou mais ou menos 40 minutos e ela quem perguntou o porque da escolha da frase ao estudante.

Se doeu? Henrique fala que quem já passou pela dor da apendicite, suporta qualquer tatuagem. "A tatuadora perguntada, está doendo? Eu respondi que nada se compara àquela dor".

O tempo provou que as cicatrizes era um sinal de que ele havia sobrevivido. "I survived"(Foto: Marcos Ermínio)
O tempo provou que as cicatrizes era um sinal de que ele havia sobrevivido. "I survived"(Foto: Marcos Ermínio)
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