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Comportamento

Do tereré aos almoços em família, quarentena ensinou a valorizar mais

"A gente só dá valor às coisas quando não podemos fazer" é frase que resume quarentena

Danielle Errobidarte | 28/03/2020 07:25
Karina sente falta de tomar tereré em grupo, enquanto Helena gostaria de ver a avó. (Foto: Marcos Maluf)
Karina sente falta de tomar tereré em grupo, enquanto Helena gostaria de ver a avó. (Foto: Marcos Maluf)

Após uma semana de isolamento social, quem sai pela primeira vez de casa, por poucas horas, escolhe lugares sem movimento e ao ar livre. Vânia Margaretti Rolon iniciou o isolamento, junto aos três filhos e o marido, antes mesmo do decreto da Prefeitura que restringia a circulação de pessoas. Há quase 10 dias em casa, o fim de semana chega acompanhado da vontade de ser livre novamente, com adicional de aprendizado.

“A gente só dá valor às coisas quando não podemos fazer”.

Acostumada a passear com a família, inclusive durante a semana, a primeira vez que saiu de casa enquanto está em quarentena foi para observar o movimento do Lago do Amor, mesmo que apenas das árvores e água. “A gente sempre saiu! Íamos à feira, fazer compras no supermercado, almoçar na minha sogra... Com filhos em casa é ainda mais difícil. Durante essa semana estava me sentindo sufocada!”, relata.

Diogo, a esposa e os três filhos, estão há 10 dias em isolamento social. (Foto: Marcos Maluf)
Diogo, a esposa e os três filhos, estão há 10 dias em isolamento social. (Foto: Marcos Maluf)

Diogo Dias compartilha do sentimento com a esposa. Para ele, a privação de liberdade deixa de ser tão importante quando é necessário pensar na segurança de quem amamos. É também uma oportunidade para descobrir coisas novas. “Só passávamos por aqui, é caminho de casa. Também é a primeira vez que paramos no lago para observar e conversar entre nós”.

A ida ao lago também foi a primeira vez que a vendedora Karina Brito saiu de casa desde o início da quarentena. Acompanhada do tereré, ela lamenta ter de tomar sozinha, mas enxerga na filha Helena, de três anos, uma companhia que representa todos os outros familiares, agora distantes. “Sinto falta inclusive de trabalhar, porque fazia isso até nos finais de semana. Apesar de continuar com as minhas funções por telefone, não é a mesma coisa, não posso ver pessoas, olhar para o cliente”.

Helena interrompe a conversa e afirma que a maior saudade é de quem sempre esteve por perto. “Tô sentindo falta da minha avó!”, garante sem pensar duas vezes. Ela também fez uma súplica à mãe durante esse período. “Teve um dia que ela não aguentava mais e disse ‘mamãe, por favor, deixa alguma amiguinha vir aqui em casa brincar?’”, comenta Karina.

Sem entender, Helena pediu à mãe para que amiguinha fosse brincar em sua casa. (Foto: Marcos Maluf)
Sem entender, Helena pediu à mãe para que amiguinha fosse brincar em sua casa. (Foto: Marcos Maluf)

Cleonice Nunes não trabalha indo à clínica onde é recepcionista, há duas semanas. Assim como as duas outras famílias, ela e o marido escolheram o Lago do Amor como primeiro destino em uma semana sem contato externo. “Costumávamos jantar fora, sair aos finais de semana, visitar meus filhos... Tenho um neto de três anos e preciso pensar na segurança dele antes de tudo. Agora não podemos nem mais sentar do lado de fora da casa para observar a rua”.

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