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Comportamento

É difícil achar quem ainda decore telefones, mesmo assim, lista só encolhe

Elverson Cardozo e Anny Malagolini | 01/02/2013 08:32
Lista telefônica perdeu espaço para a internet. (Foto: João Garrigó)
Lista telefônica perdeu espaço para a internet. (Foto: João Garrigó)

Você, ainda decora número de telefone fixo? Quando precisa de algum contato e não encontra na agenda, ainda usa lista telefônica de papel, aquelas distribuídas pelas operadoras? Se sim, considere-se uma rara exceção. A maioria até usa as listas, mas, no máximo, para deixar o monitor do computador mais alto. A pesquisa, há anos, é pela internet ou pelos aplicativos de celular. Em último caso, pelo telefone, no 102.

A Telelista do Rio de Janeiro, grupo que distribui as listas telefônicas obrigatórias e gratuitas em Mato Grosso do Sul e em todo o Brasil, percebeu que, com o passar dos anos o mercado e o público mudaram, mas, como é lei, a empresa continua a fazer a editoração das listas.

A única diferença é que a companhia não utiliza mais, desde o ano passado, o caderno de telefones para vincular anúncios publicitários, comuns nas “páginas amarelas”. Apenas as “páginas brancas”, aquelas dos números residenciais, continuam.

“Tanto os clientes quanto os anunciantes estavam migrando para a internet. A gente percebeu que estava na hora de mudar o foco no produto que estávamos distribuindo”, explicou a superintendente de novos negócios, Ani Petersen, de 42 anos.

As publicidades, assim como os telefones, estão disponíveis no site, e nos aplicativos disponíveis para as plataformas IOS e Android. Somando todas as versões, o número de downloads já chega os 250 mil.

O portal da Telelista foi lançando em 1998, mas a busca de telefones era restrita ao Rio de Janeiro. Em 2000, a abrangência foi ampliada para todo o Brasil. A pesquisa é gratuita.

Apesar das facilidades que as plataformas digitais proporcionam, Ani acredita que ainda há público para as velhas listas de papel. “Ainda tem, mas em locais em que a internet não está muito difundida. Eu defendo essa idéia”, afirmou.

Segundo a superintendente, o Norte do país ainda é a região que mais utiliza esse tipo de divulgação. “A concentração de audiência, no site, é Sudeste, Sul e Centro-Oeste”, destacou.

Solimar só tem uns 10 números gravados na cabeça, a maioria de parentes próximos. O resto está no celular. (Foto: João Garrigó)
Solimar só tem uns 10 números gravados na cabeça, a maioria de parentes próximos. O resto está no celular. (Foto: João Garrigó)


Tecnologia - Gravar contatos na cabeça ou procurar na lista ficou no passado. A memória, do celular, virou a substituta fiel.

A doméstica Solimar Aparecida, de 44 anos, nem sabe mais o que é lista telefônica. Abandonou as folhas há pelo menos 10 anos, quando pediu para desinstalar o telefone fixo da casa onde mora.

O celular ganhou vez e voz. Os contatos agora ficam todos no chip. O “cartão” tem capacidade para 200 contatos, mas ela só armazenou 54 até agora. Quando não encontra algum, o filho, que é mais “entendido” com internet, procura na rede. A vizinha também ajuda. Na cabeça, Solimar só tem gravado os números de familiares e os mais próximos. “Não chegam a 10”, contou.

Da geração que praticamente nasceu conectada, o casal de namorados, Vidal Ramires, de 15 anos e Aila Cristina, 15, até se espantam quando são questionados. “Lista telefônica? Nunca usei”, disparou a menina.

Vidal revela que até já folheou uma lista para ajudar a mãe a achar um telefone, mas “nunca mais”. Para o garoto, que não desgruda do celular, a “era digital” é mais interessante.

A cozinheira Elaine Maria de Souza, de 47 anos, está no time dos consumidores que abandonaram o telefone fixo e, com ele, a lista telefônica. Hoje, quando precisa de algum número e não encontra, nem na memória, liga para o conhecido 102. O serviço é antigo, mas a procura aumentou com o passar dos anos.

Por telefone - Em Campo Grande, o Guia Cidade, companhia que atua nesse ramo, está há 20 anos no mercado e recebe cerca de 15 mil ligações diárias, segundo informações apuradas pela reportagem. As centrais de atendimento estão presentes nos Estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul e Rondônia.

Mas o atendimento não fica só no telefone. A empresa, de acordo com informações divulgadas em sua página, na internet, oferece três formas de consulta: online, telefone e o Guia de Negócios, uma lista com números empresariais.

Os telefonistas estão à disposição do público todos os dias, das 7h às 22h.

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