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Comportamento

Ele trabalhava na roça, mas deixou a enxada e agora vive de trançar cabelos

Anny Malagolini | 08/01/2013 16:18
Dreads, tranças e cortes afros são as especialidades do cabeleireiro (Foto: João Garrigó)
Dreads, tranças e cortes afros são as especialidades do cabeleireiro (Foto: João Garrigó)

A enxada ficou para trás, em Caarapó, cidade onde morou até os 20 anos. Mas foi lá, trabalhando na roça, que ele aprendeu o novo ofício, fazendo caridade aos fiéis de uma igreja evangélica que não tinham condições de ir a um salão de beleza.

Uma década se passou e Wellington Britto, hoje com 30 anos, se tornou cabeleireiro profissional. Morando em Campo Grande, ele estudou e se especializou em cabelos afros.

Abriu o próprio negócio e assumiu de vez a postura do profissional “mãos de tesoura. Agora, faz de tudo um pouco, do conhecido rastafári às tranças trabalhadas, passando pelos cortes e penteados desenhados.

A profissão surgiu da necessidade, da boa ação, à época sem nunca ter feito um curso de cabeleireiro. Mas a inspiração que hoje garante o sustento não surgiu assim, do nada.

“Eu vi em uma revista a foto de uma cara surfando. O corte era no estilo afro, em tribal. Resolvei fazer igual”, relembrou.

Deu certo. O salão, próximo à Feira Central, vive cheio de clientes, homens e mulheres, que não dispensam os cuidados com as madeixas. O sucesso é tanto que até que tem o cabelo liso aposta na tendência.

Salão, nas proximidades da Feira Central, vive cheio de clientes. (Foto: João Garrigó)
Salão, nas proximidades da Feira Central, vive cheio de clientes. (Foto: João Garrigó)

É o caso da estudante Walquiria Menezes, de 25 anos, que vai uma vez ao salão uma vez ao ano para mudar o visual, mesmo que a cabeleira passe longe do estilo afro, ideal para a proposta. “Sempre faço as tranças nagôs, desde os 14 anos”, contou.

A renda, para o cabeleireiro, por enquanto vem do salão, mas a vida pode mudar novamente, a qualquer momento, como aconteceu quando morava na roça. Cantor da dupla “Wellington Britto e Bruno Viola, os filhos de Caarapó”, ele tem planos de gravar o próximo disco ainda este ano. “Será só de moda de viola”, adiantou.

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