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Comportamento

Em busca de qualidade de vida, orientais ocupam Campo Grande

Mariana Lopes | 01/02/2013 07:18
Lenadro ainda divide os dias entre o interior de São Paulo e Campo Grande, onde tem lojas (Fotos: Luciano Muta)
Lenadro ainda divide os dias entre o interior de São Paulo e Campo Grande, onde tem lojas (Fotos: Luciano Muta)

De loja de roupa feminina a lanchonete, chineses e coreanos ocupam cada vez mais o comércio em Campo Grande. Com o jeito tímido peculiar dos orientais e os olhos puxados, as semelhanças não param por aí. A trajetória que percorreram desde que saíram do país de origem até chegarem à capital sul-mato-grossense também é bem parecida na história de cada um. Há lojas de mais de 20 anos por aqui.

Em todos os casos, as cidades do interior de São Paulo foram os primeiros destinos no Brasil onde os estrangeiros começaram a construir a nova vida. Com o tempo, o refúgio em terras paulistas começou a ficar apartado e corrido demais para quem buscava realmente dias mais tranquilos e melhores.

Embora os empreendimentos em São Paulo fossem bons, o apreço pela qualidade de vida começou a falar mais alto, motivo que foi suficiente para muitos arriscarem novos negócios em Campo Grande. “Um dia eu vim passear aqui e gostei da cidade, principalmente da tranquilidade”, conta o empresário chinês Lucas Chan, de 45 anos, que veio para o Brasil há mais ou menos 20 anos.

Há sete meses ele trocou a pastelaria que tinha em Campinas, cidade distante 96 quilômetros da capital paulista, por uma lanchonete em Campo Grande e afirma que não se arrepende. “Lá era tudo muito cheio, muita gente, violência”, comenta o chinês.

A história do comerciante Leandro Chen, 30 anos, é bem parecida. Ele veio para o Brasil com a família quando ainda era adolescente, aos 16 anos, e também para o interior de São Paulo. “Depois da guerra, ficou difícil a vida na China, então meus pais vieram para cá tentar novas oportunidades”, conta.

De 1998 a 2011, a vida de Leandro foi toda construída em São Paulo, mas hoje ele divide os dias entre Rio Claro, onde ainda tem comércio, e Campo Grande, onde abriu duas lojas de bijuterias e presentes variados. “Estava entre mais duas cidades, mas achei aqui melhor, é uma capital que está crescendo e é bom para se morar”, enfatizou o comerciante.

Veterana no comércio, Sook está em Campo Grande há quase 30 anos
Veterana no comércio, Sook está em Campo Grande há quase 30 anos

Veterana no comércio de Campo Grande, com a primeira loja de roupas femininas aberta há quase 30 anos, Sook Kyung Lee Ha veio da Coréia do Sul em 1980 para o interior de São Paulo. Seis anos depois, ela resolveu apostar em uma capital que ainda tinha muito para crescer.

“Vim em busca de uma vida melhor”, diz Sook, com a fala tímida e um tanto embaralhada por causa do sotaque coreano, que ela não perdeu mesmo depois de tantos anos.

Embora tenha três lojas na Capital, ela confessa que o comércio já teve épocas melhores, mas mesmo assim a qualidade de vida ainda é um dos motivos que a faz ficar na Cidade Morena.

No Centro de Campo Grande, ainda há pelo menos mais 4 lojas de chineses e coreanos que a equipe do Campo Grande News encontrou, mas os outros comerciantes não quiseram dar entrevista, seja por timidez ou até mesmo pela dificuldade no diálogo, no qual muitos ainda têm.

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