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Comportamento

Emoção do choro é maior lembrança de parto feito em segundos, dentro do elevador

Naiane Mesquita | 21/03/2016 06:12
Pedro e Paulo se reencontraram duas horas após o parto (Foto: Assessoria Santa Casa)
Pedro e Paulo se reencontraram duas horas após o parto (Foto: Assessoria Santa Casa)

Do estacionamento ao terceiro andar da Santa Casa de Campo Grande se passaram segundos, porém, inesquecíveis para o técnico de enfermagem Paulo Sérgio Leão Cabral, 34 anos. Acompanhando uma mãe em trabalho de parto, ele teve que segurar a emoção e ajudá-la ao perceber que a criança não esperaria chegar à sala de parto.

O bebê nasceu saudável e dentro do elevador
O bebê nasceu saudável e dentro do elevador

Quando as portas da ambulância se abriram na manhã de quinta-feira (17), às 8 horas, Paulo percebeu que a situação era de emergência. “Ela chegou com o Samu, eu havia acabado de voltar do terceiro andar e assim que ela me viu já disse que estava em trabalho de parto. Peguei a maca, fui na recepção fazer a ficha dela rapidinho e fui para o elevador com ela. Logo no início ela pediu para ir ao banheiro, disse que estava apertada e percebi que realmente o neném iria nascer”, relembra Paulo.

Em meio ao desespero da mãe, o enfermeiro correu para o elevador, enquanto ela insistia que a criança iria nascer a qualquer momento. “Com um movimento só ela retirou um lado da calça legging que estava vestindo e abriu as pernas. Foi quando eu vi que a cabeça do bebê estava saindo. O elevador é pequeno, só cabe a maca e sobra um corredorzinho. Vi que o bebê estava nascendo, então pedi que ela abrisse bem as pernas e fizesse uma forcinha. Ela só trancou a respiração e o bebê já saiu. Deslizou para fora”, conta.

O choro do bebê tomou conta do elevador. “Ele nasceu chorando, só o peguei, fiz uma manobra para não broncoaspirar o líquido. Foi quando as portas do terceiro andar se abriram e o doutor veio buscar os dois. Fizeram a limpeza, cortaram o cordão umbilical”, diz.

Em meio ao nervosismo, Paulo nem percebeu o sexo da criança. “Só queria que nada de ruim acontecesse com ele”, confessa.

De uma calma impressionante, como quem já contou mil vezes a história para os familiares, o técnico confessa que é apaixonado pela profissão. “Eu gosto muito do que eu faço, não me vejo fazendo outra coisa. Gosto de estar no pronto socorro, em contato com todo o tipo de pessoas. Depois de duas horas fui ver a mãe novamente, como ela e o Pedro estavam. Fiquei feliz de eles estarem bem”.

Para ele, o que fica do momento é a emoção. “Eu já trabalhei em outro hospital, vi cesáreas, parto normal, mas nunca participando diretamente igual dessa vez. Emoção da mesmo, bebê nascendo, mas não pode ficar nevoso, fiz meu curso justamente para isso, para ajudar as pessoas e graças a Deus tudo deu certo. A sensação é inexplicável”, acredita.

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