Famílias transformam cemitério em lugar de reencontros com quem está vivo
Cadeiras de praia, tereré, trabalho em equipe para limpar túmulo e conversas reaproximam familiares

A rotina de quem é vivo nem sempre permite ter contato com pessoas da mesma família. Para alguns, o Dia de Finados acaba virando justamente uma oportunidade de estar perto de quem se ama enquanto a morte não chega, seja rezando junto ou conversando em cadeiras de praia com um tereré ao lado.
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No Dia de Finados, famílias transformam o Cemitério Santo Amaro, em Campo Grande, em local de reencontro e confraternização. Entre túmulos, visitantes levam cadeiras de praia e tereré, aproveitando o momento para compartilhar memórias e fortalecer laços familiares. A aposentada Ramona Vargas, 76 anos, reúne-se com familiares para homenagear o filho, falecido há 25 anos, e o irmão, perdido há 6 anos. O local também recebe voluntários que distribuem água e mensagens de conforto aos visitantes. A prefeitura realiza distribuição de mudas de árvores frutíferas nos cemitérios públicos.
Um túmulo no Cemitério Santo Amaro, em Campo Grande, foi o ponto de encontro da aposentada Ramona Vargas, 76, e mais cinco parentes. O sol está forte neste domingo (2), e o local quase não tem árvores para fazer sombra, mas a família passou bastante tempo ali entre sorrisos, memórias e assuntos triviais.
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De todos os membros, Ramona considera especial a presença dos netos que não chegaram a conhecer os mortos que hoje recebem a visita. "Eu me sinto triste porque é uma data em que a gente lembra daqueles que já se foram, mas é importante vir aqui e tentar lidar com essa tristeza. Importante trazer as crianças e mostrar a eles quem já se foi."
A aposentada sente saudades do filho, que morreu afogado há 25 anos, e do irmão que perdeu há 6 anos. Todos os anos ela volta ao Santo Amaro para revisitar as lembranças dos dois.
Trabalho em equipe - É também em família que o técnico de enfermagem Vitor Pedro dos Santos, 29, foi ao mesmo cemitério. A mãe e a tia o ajudaram na faxina do túmulo de alvenaria construído ainda este ano. O jovem perdeu a irmã em junho.
Já o escoteiro Victor Gabriel Coelho, 19, não está no local com a família nem para visitar algum ente querido, embora o avô esteja sepultado ali desde 2022. Sua companhia são os amigos da Igreja Adventista do Sétimo Dia.
Ele distribui água gratuita aos visitantes e entrega um livro e panfletos com mensagens religiosas sobre luto. "A morte é algo a que o ser humano não está acostumado. As pessoas não estão acostumadas a se despedir, mas eu acredito que a gente não tem que ver isso como um fim", fala.
Mudas - A Prefeitura de Campo Grande realiza distribuição de mudas de árvores frutíferas nos cemitérios públicos. Além do Santo Amaro, a ação ocorre no Santo Antônio e São Sebastião, também conhecido como Cruzeiro.
Horários de visitas - A visitação nos cemitérios públicos de Campo Grande, neste Dia de Finados, iniciou às 7h e vai terminar às 17h.
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