Fusca é super-herói de família que faz de aniversário a ensaio com carro de 1971

Não adianta questionar, quando se trata de Fusca, paixão é paixão. E não há história que o porteiro Regis Silva Arguelho Rezende mais gosta de contar do que a do seu amor e o da sua família pelo Fusca azul, de 1971, que hoje é considerado um super-herói dentro de casa. Batizado de Capitão América, o veículo virou personagem, tatuagem, tema de aniversário, até companheiro em ensaio e eventos de família.

Fora do trabalho, Regis exibe sua relíquia por aí em "fusqueatas" ou em passeios com a esposa Keyla Ingrid Melo Neves e os filhos pela cidade. Bem conservado, as palavras de Regis sobre o carro provam que o valor está mais no coração do que no dinheiro investido há dois anos quando a esposa ficou grávida. "Compramos um carro por necessidade, não vou mentir. Mas o Fusca, especificamente, foi por amor. Principalmente, quando eu descobri qual era sonho de princesa de 15 anos da minha esposa".

Keyla pediu ao pai um Fusca amarelo no lugar do presente no baile debutantes. Mas ela ficou sem o carro dos sonhos e ganhou uma festa. Ao saber do pedido não realizado, Regis encontrou um Fusca na internet e passou dias negociando o veículo até conseguir dinheiro suficiente para comprá-lo.

Quando o Fusca chegou em casa, a recepção foi surpreendente. "Meu filho se apaixonou, minha esposa emocionada. Eu fiquei realizado de ver minha família feliz com a nossa conquista. Não é nenhum carro de luxo, mas pra gente ele significa muito".

O interessante é que Regis nunca teve contato com carros até a adolescência, mas a paixão por carros antigos foi imediata. "Meu pai nunca dirigiu na vida, por escolha. Então eu nunca tive carro em casa, mas nunca me esqueço da primeira vez andei em um Fusca vermelho do vizinho". 

O estilo anos 70 e 80 fascina Regis, por isso ter carro do ano nunca fez o mínimo sentido. "Nunca gostei de ser parecido com ninguém e hoje em dia surge um carro novo todo mundo compra. Enquanto tem muita relíquia que pode ser usada".

O barulho, os problemas e nem o cheirinho da gasolina faz passar na cabeça de Regis a hipótese de vender carro. Sobre os detalhes, é uma questão de tempo para tudo ficar do jeito que a família deseja. Mas a primeira transformação, com adesivo e nome de super-herói, já fez a turma feliz. "Eu e meu filho somos apaixonados por personagens de histórias em quadrinhos. Por causa da cor escolhi dar o nome de Capitão América e meu filho ficou super feliz". 

Além de participar de ensaios fotográficos da família, o Fusca foi tema de aniversário do filho de 4 anos. Um pedido que surpreendeu os pais. "Ele falou no ano passado que ia querer a festa dele de Fusca, não levei a sério porque criança aprende e muda de ideia o tempo todo. Mas esse ano ele voltou no assunto, eu e minha esposa ficamos cheios de alegria".

A paixão foi parar no braço, em forma tatuagem com o Capitão, Regis, a esposa e os filhos. E agora que fica é o empenho dele para realizar o sonho da esposa. "Pretendo trabalhar muito e dar um Fusca amarelo pra ela. Porque tudo que eu quero é continuar esse legado de Fuscas com os meus filhos".