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Comportamento

Há 11 anos, José comemora a vida fazendo um festão para 150 crianças

Thailla Torres | 12/10/2017 07:10
Criançada aproveitou uma tarde livre cheia de brincadeiras. (Foto: Marcos Ermínio)
Criançada aproveitou uma tarde livre cheia de brincadeiras. (Foto: Marcos Ermínio)

O 12 de Outubro é a lembrança de José Alcides Figueiredo Garcia, de 61 anos, sobre a felicidade. Depois de lutar pela sobrevivência ao perder um rim em 2006, todo ano ele se dedica a fazer uma festa no Dia das Crianças para celebrar de um jeito simples a vida e o melhor da infância.

Com direito a brincadeira ao ar livre e um cardápio recheado de doçurinhas que toda criança gosta, a festa toma conta da chácara Vô Duca, na Avenida Três Barras. O evento já é comemorado há 11 anos e ontem, quarta-feira, recebeu mais 150 crianças do bairro para aproveitar a diversão gratuita.

José Alcides Figueiredo Garcia, de 61 anos, é o responsável pela festa desde 2006. (Foto: Marcos Ermínio)
José Alcides Figueiredo Garcia, de 61 anos, é o responsável pela festa desde 2006. (Foto: Marcos Ermínio)

"Meu coração se enche de alegria todo ano, quando vejo essa criançada correr livremente pela chácara. Acho que é um pouquinho de alegria e também de sentido sobre a maravilha que é ser criança", diz José.

O projeto começou quando ele foi diagnosticado com problemas renais. Um dia, depois de fortes dores, descobriu que um dos rins estava totalmente comprometido. "Fui internado as pressas e precisei passar por cirurgia. Tirei um rim e fiquei com outro funcionando apenas 25%".

José fez uma promessa em busca de cura, mas não esperou por resultados antes de fazer o bem. "Eu sou muito católico e tenho toda fé em Deus. Acredito que se o meu caminho for a cura, ele vai me deixar bem. Por isso, eu não fiquei esperando receber as bençãos para fazer o melhor às crianças. Decidi começar a festa naquele ano".

Depois da primeira edição, José percebeu as mudanças em sua vida. Continua os tratamentos para que o rim funcione normalmente, mas ganhou pela lição em ajudar o próximo, independente do tempo. "Traz uma paz muito grande. E ver alegria nos olhos dessas crianças, é uma coisa que não tem preço", descreve.

A festa acontece na chácara de 4 hectares que pertencia ao pai, conhecido como Vô Duca. Hoje, repartida entre três filhos, a propriedade é o recanto da família que guarda lembranças dos tempos de liberdade na região. "Chegamos aqui em 1957 e não tinha nada em volta. Eu e meus irmãos crescemos correndo por esse mato. Hoje as crianças não tem o mesmo privilégio, por isso a festa é mais do que uma comemoração, é uma oportunidade de saber como é bom ser criança".

A festinha mostra um sentido para a infância. (Foto: Marcos Ermínio)
A festinha mostra um sentido para a infância. (Foto: Marcos Ermínio)

Pipoca, cachorro-quente, cama elástica, brincadeiras e oficina de pintura...não faltou nada, muito menos alegria para quem esperou a semana toda por esse momento. 

Os pais deixaram os pequenos na portaria que receberam crachás e boas-vindas para uma tarde de brincadeiras. "Nós fizemos um pré-cadastro com as crianças que iam participar e depois de toda diversão, cada um leva o presentinho para casa", lembra o organizador.

A próxima festa já tem data marcada. "Além do Dia das Crianças, vou fazer um evento no Natal que vai começar desde o café da manhã. É mais um momento que as crianças merecem se divertir e celebrar".

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