João ama as flores e colore troncos 'mortos' com todo tipo de orquídea
De Holambra para Campo Grande, floricultor cria negócio sustentável com madeira reaproveitada

João Chaves, 51 anos, transformou galhos de árvores mortas em fonte de renda. Depois de anos cultivando plantas frutíferas em Holambra, no interior de São Paulo, descobriu em Campo Grande uma nova paixão: fazer orquídeas florescerem dentro dos troncos.
RESUMO
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João Chaves, técnico agrícola e paisagista de 51 anos, transformou sua experiência com plantas frutíferas em um negócio inovador em Campo Grande. Após 28 anos em Holambra, São Paulo, ele desenvolveu uma técnica especial de cultivo de orquídeas em troncos de árvores mortas, além de criar móveis decorativos com madeira de demolição. Em sua floricultura, localizada na Avenida Mascarenhas de Moraes, João oferece produtos que variam de R$ 120 a R$ 1 mil. Além do trabalho com madeira, ele mantém sua paixão pela produção de mudas frutíferas, com destaque para jabuticabeiras, que podem custar até R$ 550. O empreendimento, gerenciado ao lado da esposa Lila Rodrigues, completa um ano de funcionamento.
A técnica não é fácil: além de pegar o material que normalmente é descartado por fazendas e podas de árvores quando estão podres, ele precisa lixar, fazer o tratamento interno, colocar mantas na madeira e só depois plantar as mudas das flores. O material, além de virar decoração ornamental, vira móveis.
Ele explica que nunca soube mexer com madeira, mas que aprendeu no antigo serviço e gostou. Desde então, nunca mais parou. Hoje, com a própria floricultura, João conta que os clientes têm gostado e que os produtos têm saído bem. Ali, até vaso quebrado vira jardim para suculentas e cactos.
“Sou apaixonado por fixação em orquídeas em troncos. Eu faço móveis de madeira de demolição, que o pessoal abandona, pergolado, deck para piscina, móveis de jardim. Quando estava em Holambra, meu trabalho era plantas de produção e, quando vim, eu comecei a ficar à frente de empresa de paisagismo. Tinha umas pessoas que faziam a parte de madeira. Curioso, comecei a mexer e deu certo”.
Ele conta que meus clientes às vezes trazem madeira para ele e que às vezes faz uns galhos para decorar a floricultura e os clientes querem comprar. O preço dos móveis e dos troncos sai de R$ 120 a R$ 1 mil.
“Para mim, não tem parte difícil do trabalho. Cada tronco caído que vejo já sei o que vou fazer com ele. Não dá trabalho, mas tenho experiência, tem que lixar, tirar a parte da madeira, tem umas que o cliente quer colocar em ambiente fechado, aí tem que lixar e passar um verniz”.
João é técnico agrícola e paisagista, mas trabalhou grande parte da vida como produtor de árvores frutíferas em Holambra.
“Eu não consigo fazer outra coisa que não seja ligar à planta. Depois de muitas lutas, consegui montar o meu próprio espaço e ainda estamos na luta. Tem um ano que abri. Antes eu trabalhei em mais um lugar por 3 anos e fiquei como autônomo prestando serviço de paisagismo. Até pensei em voltar para Holambra, mas resolvi apostar e fui para o ramo de garden e produção”.
Ele conta que a paixão dele pela produção das frutíferas se gaba por conseguir fazer mudas na altura de 1,20 metros. Segundo ele, as campeãs de vendas são as mudas de jabuticaba, seguidas das amoras e acerolas.
“A jabuticaba tem uma espécie que ela produz há dois anos e é uma planta que começa com 60 cm e chega até no máximo 2 metros. A muda sai em torno de R$ 60, já sendo produzida, e varia até R$ 550, que é a maior. Eu larguei a minha profissão lá por uma proposta aqui, lá em Mexia com produção de plantas em geral, as frutíferas, bonsai em grande escala para vender em leilão. Lá o forte é flor de corte, de campo”.
Ele relembra que, na época de 1990, uma novela chegou a ser gravada nos campos de crisântemos e a cidade de Holambra caiu no gosto das pessoas. “Antes ela era de gado de leite, aí não deu certo e partiram para as plantas. Lá é onde 70% das plantas do Brasil são plantadas”.
Apesar de ter morado tantos anos lá, João é baiano e conta que a história com a cidade começou aos 13 anos de idade. Desde essa idade, o fascínio pelas plantas ocupava parte do dia dele.
“De início não gostava muito, não, depois comecei a me interessar. Meu irmão mexia com o restaurante e eu comecei a gostar de plantas porque lá era cheio de flores. Holambra é uma colônia holandesa, mudamos para lá porque meus irmãos mais velhos eram filhos adotivos de holandeses e da Bahia os pais levaram para lá”.
Além dele, quem ajuda a tocar a floricultura é a esposa Lila Rodrigues. Ela veio de Vitória, no Espírito Santo, só para viver disso com ele.
“Trabalhava de porteira lá, mas sempre gostei de plantas, desde criança, aí conheci ele, a gente se deu bem. Casamos há um ano e é maravilhoso isso, cuidar, estar no meio, estou aprendendo muito com ele. Fiz um tronco, também estou aprendendo a fazer”.
A loja do João fica na Avenida Mascarenhas de Moraes, 1281, no bairro São Francisco.
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