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Comportamento

Motoristas não perdoam caloteiros e quem bate porta do carro em corrida

Em geral, motoristas de aplicativos são generosos na avaliação, mas bagunça pode render apenas uma estrela

Bárbara Cavalcanti | 08/07/2021 06:20
Franciso é um dos motoristas que é generoso com a avaliação, a não ser em casos extremos. (Foto: Paulo Francis)
Franciso é um dos motoristas que é generoso com a avaliação, a não ser em casos extremos. (Foto: Paulo Francis)

Você já reparou na sua nota nos aplicativos de corrida? Se sua avaliação é abaixo de 4,5, então você só pode estar propositalmente tentando tirar os motoristas do sério. Acontece que, para chegar ao ponto do motorista avaliar com menos de 5 estrelas, a situação precisou realmente ser muito desagradável.

O Lado B conversou com alguns e em termos gerais, a generosidade na hora da avaliação é a regra. A não ser que o passageiro seja mal educado à ponto de querer quebrar as regras ou dar um calote.

A pior avaliação que o motorista Francisco Paulo Bezerra, de 55 anos, chegou a conceder foi de 3 estrelas. “No começo da pandemia, isso foi muito porque as pessoas não queriam usar máscara, coisa que hoje em dia dificilmente acontece”, explica.

Francisco trabalha com aplicativos desde o lançamento da novidade em Campo Grande, há uns seis anos. Ele relata que repara da falta de educação, mas na maioria das vezes releva.

“Tem aqueles que ficam com raiva porque vários outros motoristas antes de mim cancelaram. Mas isso eu não levo para o lado pessoal, porque cada um tem sua vida, seus horários. Tirando a questão da máscara, dificilmente aparece uma situação ruim a ponto deu avaliar menos de 4 estrelas”, detalha.

Entre uma corrida e outra, ouvimos de motoristas que bater a porta do carro também pode levar o passageiro a ter nota baixa. Já o motorista Cristian Ajala, de 44 anos, jura que dificilmente dá menos de 4 estrelas para os passageiros, nem se bater a porta com força. “Bater a porta não faz a pessoa, tem que se colocar no lugar dela também. Às vezes foi um descuido, às vezes ela está tendo um dia ruim e não percebeu. Pra mim, para dar uma avaliação ruim, eu tenho que perceber que a pessoa está agindo de má fé”, detalha.

Para Cristian, a avaliação do passageiro tem mais peso mesmo durante a noite. “Quando estou trabalhando de noite, eu reparo mais. Se a pessoa tem menos de 4,5, e o lugar for um dos bairros mais problemáticos, eu já fico com um pé atrás”, explica.

Mas ainda sim, diz que essa é a exceção. Cristian já trabalha há três anos com aplicativos e antes, como motorista de ônibus. “Ser motorista é isso, é lidar com gente, coisa que nem sempre é fácil”, reforça.

Para Natalia Lisboa Lima, de 22 anos, que começou há apenas três meses a trabalhar como motorista, quem leva uma estrela são os passageiros caloteiros.

“Pra mim, depende muito de como a pessoa pede. Eu já tive casos em que a pessoa me pediu ajuda, explicou a situação. Agora também já tive pessoas que na cara dura simplesmente se recusaram a pagar ou deram uma de “espertinhos”, e só depois que termina a viagem, falam que só têm nota de R$ 200 pra pagar uma corrida que custou só R$ 5”, relata.

De acordo com Natalia, quem leva uma avaliação ruim do motorista não aparece mais no “radar” dela, caso faça um chamado em uma região que ela esteja trabalhando. “Também já dei uma avaliação ruim para quem causou uma confusão porque queria levar mais passageiros do que é permitido. Mas ainda sim, as experiências ruins, e as avaliações ruins, foram poucas”, comenta.

Welligton Rodrigo Martins Libanês, de 35 anos, é um dos que repara na educação do passageiro. “Mas apesar de mau educados, eu só cheguei de dar uma avaliação de 4 estrelas uma vez, mas foi uma confusão com os endereços, depois a pessoa largou a porta aberta e foi embora, estava chovendo, foi um rolo. Mas foi uma única vez mesmo”, relata.

Francisco é generoso nas avaliações. O Lado B levou 5 estrelas nessa corrida. (Foto: Paulo Francis)
Francisco é generoso nas avaliações. O Lado B levou 5 estrelas nessa corrida. (Foto: Paulo Francis)

E apesar de sempre ser generoso nas avaliações, deseja mais cordialidade dos passageiros. “Eu não vou sempre baixar a avaliação por causa disso, mas acho que ao menos as pessoas poderiam dar bom dia, boa tarde ou boa noite na hora de entrar, isso pra mim é o mínimo”, comenta.

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