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Comportamento

No aniversário, ela comemorou voltando ao cruzamento onde quase morreu

Paula Maciulevicius | 08/04/2014 06:51
Com o peso do corpo sob uma perna só, Bruna escolheu fotografar no cenário onde sofreu o acidente em 2012. (Fotos: Estúdio CAFT)
Com o peso do corpo sob uma perna só, Bruna escolheu fotografar no cenário onde sofreu o acidente em 2012. (Fotos: Estúdio CAFT)

O acidente era tudo o que ela não queria se lembrar, apesar das dores e o desconforto de uma recuperação vagarosa não a deixarem esquecer nem ao menos 1 segundo. Era dia 10 de setembro de 2012, uma segunda-feira, quando Bruna de Oliveira Machado foi atingida por um carro. No último dia 5, um sábado, ela comemorou 22 anos e escolheu a data para voltar ao cenário. Dessa vez para registrar com sorrisos a lembrança do cruzamento.

Eram 7h da manhã, quando a acadêmica de Administração seguia com uma amiga em uma motocicleta, para a faculdade. No primeiro cruzamento da avenida Nasri Siufi, um carro avançou a preferencial e atingiu as duas “em cheio”. Em todo o momento a jovem esteve consciente. Sabia o que se passava ao redor e o corpo, em meio a tanta dor, já não manifestava nada. O susto de ver o fêmur para fora era suficiente. Ela gritava pelo medo de perder a perna.

“A dor, ela ultrapassou. Mas eu gritava mesmo depois que vi o osso. Eu lembro que parou um monte de gente. Lotou tudo. Chegou um moço educado e disse que era médico, ia erguer a minha cabeça e que ia ficar tudo bem”.

O mesmo médico acionou o Samu e ligou para o pai de Bruna a pedido da jovem. Entre o acidente e a chegada do socorro, ela lembra até hoje dos 15 minutos mais demorados da vida.

A perna ficou despedaçada. Os ossos tíbia e fíbula foram quebrados em 12 pedaços, além do fêmur. Ninguém acreditava que ela fosse conseguir voltar a andar.
A perna ficou despedaçada. Os ossos tíbia e fíbula foram quebrados em 12 pedaços, além do fêmur. Ninguém acreditava que ela fosse conseguir voltar a andar.

A perna ficou despedaçada. Os ossos tíbia e fíbula foram quebrados em 12 pedaços, além do fêmur. Ninguém acreditava que ela fosse conseguir voltar a andar.

Essas lembranças perseguiram Bruna por todo tempo. Foram 13 dias internada na Santa Casa, um mês sem se levantar da cama, cinco de cadeira de rodas, um ano e dois meses de muletas até chegar no dia 5 de abril.

No último sábado, ela voltou pela primeira vez ao lugar do acidente com o cunhado e o irmão. Foram os dois que apontaram onde ela ficou caída. A ideia também veio deles, de registrar aquele encontro.

“Recordar aquele momento no meu aniversário... Eu estava no chão, ali, caída, sofrendo e hoje poder voltar andando, feliz... É para comemorar”, resume.

O encontro dela com a cena do acidente causou emoção. As lágrimas de dois anos atrás se transformaram no sorriso que ela faz questão de exibir nas fotos, ao lado da cicatriz que vai acompanha-la por toda vida.

“É uma situação muito difícil, muito complicada que eu não desejo para ninguém. É até difícil relembrar. Mas é preciso mostrar para o pessoal, que tem que respeitar a sinalização”.

Bruna voltou a estudar, mas teve de começar do zero. Pelo tempo em que ficou em recuperação, trocou a sala de aula pela tela do computador e passou a cursar Administração à Distância.

Junto do presente das fotos, veio o nascimento de Sophia. Filha da amiga que pilotava a moto e que sofreu o acidente junto. A mãe decidiu homenagear Bruna e deu à luz no dia do aniversário dela.

O encontro dela com a cena do acidente causou emoção. As lágrimas de dois anos atrás se transformaram no sorriso.
O encontro dela com a cena do acidente causou emoção. As lágrimas de dois anos atrás se transformaram no sorriso.
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