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Comportamento

No domingo, matinê que bomba no Centro tem muita bebida e cigarro pra gurizada

Ali, festa de marmanjo fica no chinelo; nem lei antifumo é respeitada no ambiente super fechado.

Ângela Kempfer e Thailla Torres | 27/06/2017 07:33
Entrada fica lotada de menores.
Entrada fica lotada de menores.

São 15h30 de um domingo em Campo Grande. Lá de dentro da Cactos Show Bar, uma casa de entretenimento na Rua Antônio Maria Coelho, no Centro, dá para ouvir a batida do funk. É mais uma matinê que abre as portas, dessa vez, com a festa "Safadex", onde maior parte do público é menor de idade.

Para dar fim a curiosidade e conhecer o perfil da balada, o Lado B esteve na casa no último domingo (25). O lugar parece bombar pelo tanto de gente esperando na porta, depois de um anúncio de entrada gratuita para meninas e o preço de R$ 15,00 para os garotos no evento que vai das 15h30 às 20h.

Do lado de fora, a meninada bate um papo a espera de mudança de valores. Por conta do tumulto, o preço aumenta e só desce quando a organização decide superlotar a casa. "Estão cobrando R$ 5,00 das meninas, mas eu nem trouxe dinheiro", diz uma das garotas que afirma ter 15 anos.

Balada fica lotada com festa das 15h às 20h.
Balada fica lotada com festa das 15h às 20h.

Para os meninos, o preço começa em R$ 30,00 e em questão de minutos surge um desconto. "Vintão eu pago, vamos", disse um dos meninos na roda de amigos.

O que se espera de um matinê com entrada para adolescentes é que, principalmente, bebida fique de fora. No entanto, a cena é bem diferente.

Na porta, apesar do anúncio de proibido entrada de menores de 18 anos, ninguém pede o documento de identidade e muita gente com cara de criança acaba passando pela portaria.

Dentro da festa, com a música e a animação da galera, tudo parece normal, exceto pelo quebra de regras que põe em risco a vida de todo mundo.

As meninada fuma cigarro no ambiente fechado, o que já é proibido por lei. Há também uso de narguille e venda de bebida alcoólica à vontade. Não foi difícil ver garotos comprando no caixa. "Tem cerveja, vodka, catuaba ou leite ninho se quiser", ironiza um dos funcionários do bar, também sem pedir qualquer comprovante de idade a quem compra.

Numa rodinha onde os meninos dão show na sarrada, um deles diz que veio da Vila Nasser e justifica que a balada atrai pela liberdade. "Dá para curtir o rolê a vontade, dançar e beber", afirma o adolescente de 14 anos.

As meninas parecem arredias e, não dão muito papo na tentativa de conversa, mas uma delas diz que festa sempre é assim no fim de semana. "Sou da zona norte, vim pela segunda vez, mas meus amigos vem sempre", diz outra adolescente que conta ter 15 anos.

Além da música, os promotores sobem ao palco para animar o público. "Quem tá solteiro aí?", pergunta. E a festa continua ao som do funk, onde alguns momentos, é o sertanejo que faz parte do repertório.

No lugar nenhum dos funcionários toma medidas contra a venda de álcool liberada para os jovens. Pelo contrário. Nas redes sociais, alguns eventos são anunciados como matinê open bar de Catuaba e Red Label.

O único ''cuidado'' aparente é com quem fica nos cantos, onde os seguranças acendem uma lanterna para ver o que acontece, mas sem muita repreensão à "liberdade" que toma conta do lugar.

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