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Comportamento

Paixão por Fusca supera qualquer limite; amor é até tatuado e não aceita ofertas

Elverson Cardozo | 19/01/2014 14:22
Modelos deixa o estacionamento mais colorido hoje pela manhã. (Foto: Elverson Cardozo)
Modelos deixa o estacionamento mais colorido hoje pela manhã. (Foto: Elverson Cardozo)

Não importa o preço que se gasta na compra ou manutenção. Quanto se trata de Fusca, paixão é paixão. É um negócio inexplicável. Pelo menos é isso o que dizem os donos desses carros. Neste domingo (19), um grupo grande saiu para mais uma “Fusqueada” e fizeram bonito pelas ruas de Campo Grande.

Exibiram as relíquias, os modelos que estão longe de serem relíquias, e mostraram, mais uma vez, que o valor do veículo está no coração. É sentimental. Quem olha o Fusca 73 de Claudio José, 26 anos, não dá muita coisa. Qualquer um nota que o carro não está lá tão apresentável, externamente, é claro, mas ele recusou, no trajeto, uma proposta de R$ 15 mil, a mais alta que recebeu até hoje.

Na verdade, ficou na dúvida, confessou depois, em entrevista, mas não sabe se seria capaz de vender, isto porque, acredite, pagou apenas R$ 600 pela carcaça para montar um modelo conversível que, aliás, não está pronto. O jovem, que se apresenta como “arrumador de fusca” e diz ter um laboratório de customização, explica, porém, que o projeto não foi finalizado, por isso o carro ainda está “caidinho”.

De longe, o Fusca chama a atenção. (Foto: Elverson Cardozo)
De longe, o Fusca chama a atenção. (Foto: Elverson Cardozo)
Mas de perto... (Foto: Elverson Cardozo)
Mas de perto... (Foto: Elverson Cardozo)

O recorte do conversível está sem acabamento, assim como os bancos, rasgados, e toda a lataria interna, em puro barro.

Mas o câmbio, contou orgulhoso, “é de uma SP2 e o motor é 1.600 com carburação dupla”. Faltam os retoques finais, lógico.

Os R$ 600,00 pagos inicialmente já viraram, com tantos ajustes, R$ 3,6 mil. Pode ficar mais caro. Por isso a proposta de R$ 15 mil, recebida hoje, no trânsito, ainda será estudada.

Claudio ainda vai pensar. Gislaine Fernando, de 27 anos, tem certeza: Não vende e não troca. O Fusca 95 é uma herança de família e uma paixão de criança que ela tem, inclusive, tatuada no braço.

Gislaine e o Fusca: uma herança de família. (Foto: Elverson Cardozo)
Gislaine e o Fusca: uma herança de família. (Foto: Elverson Cardozo)
Paixão foi parar no braço, em forma de tatuagem. (Foto: Elverson Cardozo)
Paixão foi parar no braço, em forma de tatuagem. (Foto: Elverson Cardozo)

“Já ofereceram R$ 20 mil e eu não peguei”, conta. Ela comprou o carro há 6 anos e pagou R$ 8 mil, mas já gastou cerca de R$ 5 mil para deixá-lo personalizado, do jeito que queria.

O militar aposentado Itacir Bonetto, de 57 anos, é outro que não larga o Fusca por nada. Ele tem um de 1965, série ouro. Nem pensa em negociar. “É o último feito desse modelo. O vidro é verde, tem desembaçador traseiro, catalisador, farol de neblina...”, explicou.

Na garagem de casa ele tem, hoje, três carros: o Fusca 65, um 96 e um Civic 2013. Pelo modelo mais antigo, da década de 60, ele pagou R$ 17 mil. Poderia comprar um carro popular, mas, para Itacir, o amor justifica a escolha do veículo mais antigo.

“Compensa”, garantiu. A admiração é tanta que, para ele, não é possível mensurar um valor. “É paixão de infância, de família. Eu não consigo explicar o porquê”.

Itacir Bonetto e o Fusca série ouro. (Foto: Elverson Cardozo)
Itacir Bonetto e o Fusca série ouro. (Foto: Elverson Cardozo)

Presidente da Confraria dos Apaixonados por Fuscas e Derivados de Mato Grosso do Sul, Célida Vanilda Villalba de Souza, 27 anos, entende todas essas “neuras”. Ela também tem um Fusca, azul, 76. Pagou R$ 15 mil pelo carro e não se arrepende.

Já recebeu várias propostas, de gente que acha que o veículo não tem valor àqueles que queriam pagar o justo ou além dele. “Mas eu não vendo e nem dou. Ele vale mais que meu Pálio. Não. Não vale. Não tem preço”, disse, corrigindo-se imediatamente.

Fusca de Célida também está em miniatura. (Foto: Elverson Cardozo)
Fusca de Célida também está em miniatura. (Foto: Elverson Cardozo)
Presidente da Confraria pagou R$ 15 mil pelo carro e não vende por nada. (Foto: Elverson Cardozo)
Presidente da Confraria pagou R$ 15 mil pelo carro e não vende por nada. (Foto: Elverson Cardozo)

Evento - A 4º Fusqueada, organizada pela Confraria, ocorreu em comemoração ao Dia Nacional do Fusca, celebrado amanhã (20). Os motoristas saíram da Afonso Pena, passaram pela 14 de Julho, Antônio Maria Coelho, Avenida Ceará e terminaram no Shopping Bosque dos Ipês, onde se reuniram para almoçar.

Grupo dos "apaixonados" na foto oficial. (Foto: Elverson Cardozo)
Grupo dos "apaixonados" na foto oficial. (Foto: Elverson Cardozo)
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