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Comportamento

Professora leva amor às ruas, espalhando corações de crochê pela cidade

Thailla Torres | 26/10/2018 07:34
Corações apareceram pelo Centro de Campo Grande. (Foto: Kísie Ainoã)
Corações apareceram pelo Centro de Campo Grande. (Foto: Kísie Ainoã)

Em dias tensos é bem possível que um carinho te salve da raiva ou dos pensamentos ruins. Foi com essa esperança que a professora e acadêmica de Artes Visuais da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) Márcia Regina Acosta Lobo, de 42 anos, decidiu levar às ruas da cidade uma intervenção feita com amor e que te leva a interpretações diversas sobre ele.

Desde segunda-feira, o Centro de Campo Grande está assim, com corações pequenos, feitos de crochê, espalhados em grades, postes e pontos de ônibus. No total foram 118 peças feitas à mão pela professora, que passou a noite de domingo pendurando sua arte por trechos da Rua 14 de Julho, 13 de Maio, Rui Barbosa e Avenida Afonso Pena.

Márcia se encarregou de fazer a intervenção com objetivo de ver os corações interagirem com pedestres, mesmo que visualmente. “A proposta de uma arte efêmera era ver se algumas pessoas vão levar para casa, arrancar, jogar no lixo ou simplesmente pensar sobre o amor”, conta a professora.

Postes, grades e pontos de ônibus receberam a intervenção artística. (Foto: Kísie Ainoã)
Postes, grades e pontos de ônibus receberam a intervenção artística. (Foto: Kísie Ainoã)

Em menos de uma semana, os pequenos corações têm aparecido nas redes sociais como algo fofo. Uma prova de que as emoções e o olhar de humanidade não se esgotaram. “Escolhi fazer corações porque queria fazer uma relação com esse momento tão violente. Que por trás dos pontos de crochê as pessoas pudessem refletir um pouco sobre o amor, principalmente, sobre o respeito a toda relação humana”.

“Consideramos justa toda forma de amor” é o nome dado a intervenção, pensada para integrar todos. “A intervenção é um meio de surpreender alguém em seu cotidiano com a arte. O que prova que arte não é só o que está em museus e galerias, ela pode fazer parte de qualquer parte e caminho da vida”, explica.

Essa não é a primeira vez que Márcia faz uma intervenção que dá o que falar pelas ruas da cidade. “Já levei outros trabalhos em crochê para as ruas, é uma das técnicas artísticas que eu mais gosto”.

‘Crocheteira’ há 10 anos, foi há quatro que ela resolveu usar barbante e agulha como elementos na hora da produção artística como intervenção. “Sempre fui apaixonada, faço pintura, desenho, mas o crochê é uma paixão”.

Márcia é daquelas que também resolveu fazer uma intervenção na vida quando estava insatisfeita profissionalmente. Formada em administração, ela atuava numa empresa de recursos humanos quando resolveu fazer o Enem e ingressar aos 38 anos em uma universidade pública. “Passei para Artes Visuais e resolvi fazer o que me deixava bem, foi a melhor escolha”.

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Objetivo de professora é fazer com que todos reflitam sobre a vida com amor. (Foto: Kísie Ainoã)
Objetivo de professora é fazer com que todos reflitam sobre a vida com amor. (Foto: Kísie Ainoã)
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