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Comportamento

Quando salário de professora desapontou, Vera percebeu que status não paga conta

Naiane Mesquita | 25/09/2016 07:05
Vera trabalhou em escolas particulares, mas descobriu que como diarista ganharia mais (Foto: Alcides Neto)
Vera trabalhou em escolas particulares, mas descobriu que como diarista ganharia mais (Foto: Alcides Neto)

Na bagagem de Vera Nice Marques, 32 anos, não há espaço para pensar em status social. Formada em pedagogia, com experiência em estágios e escolas de Campo Grande, ela viu a dificuldade bater a porta logo cedo. Buscou soluções no comércio, mas sentiu a melhora financeira e a realização pessoal ao trabalhar como diarista.

“Sou formada há dois anos, passei por quatro estágios. Quando eu sai trabalhei como auxiliar de sala de aula, comecei pelo básico, mas a remuneração não é boa, nem sequer um salário mínimo muitas vezes. A gente faz as nossas escolhas”, afirma Vera.

Com três clientes fixos na semana, ela cobra R$ 150 por um dia. Prefere apartamentos e locais pequenos. Dependendo divide o trabalho com alguma colega de profissão. “Tem gente que fala é chato fazer faxina. Mas, eu não ligo. Trabalhei em comércio também. Se eu trabalhar 20 dias em um mês consigo R$ 3 mil. O mercado precisa da mão de obra”, indica.

Com orgulho de mostrar a escolha que fez, Vera explica que como ela tem muita gente fazendo o mesmo. “Tenho amigo que é fisioterapeuta e trabalha como servente de pedreiro. Eu estou ganhando o meu dinheiro honestamente. Hoje na crise que a gente vive, querer viver de aparência não serve para nada. Eu não ligo”, diz.

Sem dúvidas da escolha que fez, ela se sente feliz no novo trabalho (Foto: Alcides Neto)
Sem dúvidas da escolha que fez, ela se sente feliz no novo trabalho (Foto: Alcides Neto)

Tímida no início da entrevista, Vera demonstra com o tempo a firmeza nas palavras. Casada há 12 anos e sem filhos, ela viu na diária um trabalho rápido e com bons frutos. “Eu sempre fui bem tratada nas casas que eu trabalho. Meu marido é motorista de caminhão, vive na estrada, então eu também não fico muito sozinha em casa. Eu me distraio”, acredita.

Mesmo assim, ela confessa que é apaixonada pela primeira profissão, a de professora. “Infelizmente as condições que as escolas de Campo Grande oferecem não são boas, principalmente as particulares. Eu gosto de ser professora, só que sem o concurso a remuneração é baixa demais”, frisa.

Para Vera, o que muda é sempre o ponto de vista. “Enquanto para a maioria pode ser um serviço inferior, eu não vejo dessa forma. Eu gosto de fazer bem feito, é um trabalho como outro qualquer. É com capricho, dedicação, as qualidades que o mercado busca em todos os setores. Nunca fiz diária antes de 2016 e não estou me arrependendo”, diz, sem dúvida nenhuma.

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